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Inter e Edu não chegam a acordo e meia-atacante pode ficar "encostado"

Ex-jogador de S. Paulo e Bétis tem contrato até agosto e não conseguiu ir bem no Inter - Lucas Uebel/Vipcomm
Ex-jogador de S. Paulo e Bétis tem contrato até agosto e não conseguiu ir bem no Inter Imagem: Lucas Uebel/Vipcomm

Jeremias Wernek

Em Porto Alegre

21/01/2011 07h04

A relação Internacional e Edu está longe do fim. Fora dos planos do técnico Celso Roth, o jogador foi o único atleta do elenco principal de 2010 que não se reapresentou nesta quinta-feira. Orientação do clube, que quer vê-lo treinando em separado a partir da próxima semana.

  • Ivan Franco/EFE

    Edu teve uma das suas melhores atuações no Inter contra o Cerro-URU, em Rivera, na Libertadores

  • Lucas Uebel/Vipcomm

    Atacante ficou cinco meses sem marcar gol e quebrou jejum contra o Vasco, no Brasileirão 2010

  • Neco Varella/Freelancer

    Depois de faturar o bi da América, poupando atletas, Roth se viu obrigado a usar Edu na equipe

A rescisão que parecia iminente às vésperas do Mundial emperrou. De um lado, o ídolo do Bétis querendo fechar negócio com um pré-acordo encaminhado em dezembro. Do outro o Inter, tentando reduzir os valores que precisa pagar ao funcionário. Ao fim, é muito possível que a queda de braço não tenha vencedor e Edu siga treinando no estádio Beira-Rio sem ser relacionado para nenhuma partida, esperando o tempo passar e seu contrato acabar.

Dois dias depois de divulgar a lista de atletas inscritos no Mundial, o Inter recebeu a visita de dois advogados: Breno Tannuri e André Ribeiro. Defendendo os interesses de Edu, a dupla conversou com o então vice de futebol Fernando Carvalho e encaminhou um acordo. Na proposta, metade dos oito vencimentos do meia seriam pagos pelo clube gaúcho. Em parcelas com datas e quantias a serem definidas.

A negociação foi paralisada temporariamente em virtude do torneio nos Emirados Árabes. Para Edu, que ficou ao par da reunião através de seus advogados, era questão de tempo para deixar o Inter. Já a cúpula vermelha revia as contas e começava a tomar outro rumo na conversa.

Em janeiro, Tannuri e Ribeiro voltaram ao Beira-Rio. Não encontraram mais o negociador do primeiro encontro e, então, começaram as tratativas com o diretor executivo Newton Drummond. O cartola apresentou uma nova oferta, com redução significativa dos valores e sem margem de negociação. Aos olhos do Inter, nada havia sido acordado em dezembro.

“Em dezembro foram selados critérios para o acordo, mas não definimos nada”, disse o atual assessor do departamento de futebol, Fernando Carvalho ao UOL Esporte. Sem espaço para diálogo, o Inter defende agora que Edu cumpra seu contrato até agosto em Porto Alegre. Treinando em separado e recebendo seu salário. A postura tem um que de irritação dos cartolas.

No meio de toda essa jornada de idas e vindas, Edu poderia ter sido negociado – no mínimo, em três oportunidades. Com o futebol espanhol, no começo de 2010, mas o clube gaúcho não quis. Depois com o Flamengo, onde foi o atleta que preferiu não tirar as filhas de Porto Alegre no meio do ano letivo, e mais recentemente um clube da Grécia.

Edu sabe que não será utilizado nem mesmo no time B, vai perder valor de mercado por estar parado. Terá de treinar em turnos invertidos dos demais colegas e pode até sumir por um tempo, mas admite ficar em Porto Alegre, cumprindo contrato.