"Legião estrangeira" perde status e inicia ano em baixa nos rivais mineiros

Com exceção do argentino Montillo, destaque celeste durante o Campeonato Brasileiro 2010, a “legião” de atletas estrangeiros apresentada por Atlético-MG e Cruzeiro, no ano passado, começou a temporada 2011 em baixa. Enquanto alguns deles já deixaram os rivais, outros seguem em situação delicada.

No Atlético, o trio formado pelo paraguaio Cáceres e pelos equatorianos Jairo Campos e Edison Mendéz não vingou e terminou a temporada passada pouco aproveitado pelo técnico Dorival Júnior. Pelo lado do Cruzeiro, os argentinos Sebastian Prediger, que sequer atuou, e Ernesto Farias, que chegou a ser titular, não conseguiram repetir o compatriota Walter Montillo.

Carregado nos braços por torcedores que o receberam com festa no Aeroporto da Pampulha, Cáceres chegou ao Atlético, em janeiro do ano passado, como solução para a defesa. Porém, o paraguaio não repetiu as boas atuações de sua primeira passagem pelo clube, em 2005, e rescindiu o contrato. Ele atuou apenas 26 vezes no ano passado, sendo 23 como titular.

Jairo Campos e Edison Mendez chegaram ao Atlético depois de se destacarem pela LDU, principalmente na final da Copa Sul-Americana de 2009, quando a equipe do Equador superou o Fluminense e ficou com o título do torneio. Assim como Cáceres, a dupla equatoriana não permanecerá no clube mineiro para 2011.

Destaque no Campeonato Mineiro, com boas atuações e elogiado por Vanderlei Luxemburgo, Jairo Campos caiu de rendimento na Copa do Brasil e principalmente no Campeonato Brasileiro. Com a chegada de Réver, contratado no meio da temporada, perdeu espaço na equipe. O equatoriano disputou 44 jogos com a camisa alvinegra e deve romper o contrato brevemente.

Mendez chegou ao Atlético durante a Copa do Mundo da África do Sul, anunciado como grande contratação. Fora de forma por causa de artroscopia no joelho direito, que o afastou dos gramados, o volante demorou a estrear e teve pouco tempo para se adaptar ao futebol brasileiro. Fez apenas 12 partidas em 2010, sendo seis como titular. Recentemente, o equatoriano acertou a rescisão amigável com a diretoria atleticana.

No Cruzeiro, o atacante Farias foi contratado para solucionar o problema de gols do ataque e ser a “sombra” de Wellington Paulista. Já o seu compatriota, Prediger, desembarcou em Belo Horizonte para compor elenco e sequer entrou em campo. No inicio deste ano, ele acertou sua saída do clube.

Utilizado por Cuca no lugar de Wellington Paulista, que sofreu com as lesões ao longo do ano, Farias não mostrou tanto faro para o gol e perdeu espaço na reta final da temporada. A diretoria celeste elegeu como prioridade a contratação de um centroavante para 2011.

Depois de tentar Kleber, Rafael Moura, David Trezeguet, entre outros, o Cruzeiro anunciou a contratação de Ortigoza, André Dias e Reis para o ataque celeste, e manteve, ao menos por enquanto, Wellington Paulista, que esteve na mira do Al Rayyan, do Qatar, mas não chegou a um acordo. O atacante admite, no entanto, que ainda pode ser negociado.

Nova aposta

Apesar das frustrações, a diretoria cruzeirense voltou a apostar em atleta estrangeiro nesta temporada. O clube contratou o paraguaio Ortigoza, que já atuou no Palmeiras e pela seleção do Paraguai. O atleta chegou ao Cruzeiro para ser a solução de gols.

Tímido, o jogador adota cautela, mas espera superar a desconfiança da torcida, que esperava nomes como Kléber e Rafael Moura. “Os que viriam eram bons também. Espero poder ajudar o Cruzeiro, ajudar o clube, que é isso que é importante, e aos poucos conquistar o meu espaço”, afirmou Ortigoza.

O atacante paraguaio terá como inspiração o meia Montillo, que chegou à Toca da Raposa em meados do ano passado, depois de defender o Universidad de Chile, e adaptou-se rapidamente ao futebol brasileiro. As boas atuações do argentino ajudaram o Cruzeiro a brigar pelo título até a última rodada do Brasileirão. O time celeste terminou em segundo lugar, a um ponto do campeão Fluminense.