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Fábio Costa sofre com imagem ruída e vive empurra-empurra entre Santos e Atlético-MG

Fábio Costa viveu momentos ruins em 2010 e sofre com baixa aceitação no mercado - Daniel Marenco/Folhapress
Fábio Costa viveu momentos ruins em 2010 e sofre com baixa aceitação no mercado Imagem: Daniel Marenco/Folhapress

João Henrique Marques e Bernardo Lacerda

Em Santos (SP) e Vespasiano (MG)

03/02/2011 07h00

Um goleiro experiente, seguro, e com diversos títulos na carreira. O currículo de Fábio Costa é grande, mas está manchado com o passado de brigas e a brusca queda de rendimento. A aceitação no mercado é pequena, e a alternativa encontrada para que Santos e Atlético-MG não sofram com a desvalorização do goleiro é o trabalho em conjunto.

Segundo apurou o UOL Esporte, o presidente do Altético, Alexandre Kalil, ligou recentemente para o mandatário santista, Luis Alvaro de Oliveira. A intenção era conseguir amigavelmente acertar o cancelamento do empréstimo de Fábio Costa até o fim de 2011, e o retorno imediato para o Santos, que ainda tem vínculo com o jogador até 2013. O “não” sem pestanejar foi a resposta de Luis Alvaro.

Na conversa entre os dois, o que ficou estabelecido foi a busca por um novo clube para o goleiro. Santos e Atlético dividem quase que igualitariamente os cerca de R$ 150 mil de salário de Fábio Costa. A busca do clube mineiro é por outra agremiação interessada em arcar com cerca de 50% do valor. A divisão tripla do ordenado também não está descartada, algo raro no futebol brasileiro.

Vivendo o pior momento da carreira, Fábio Costa teve o período de férias ampliado propositadamente pelo Atlético-MG. O goleiro evita entrevistas, foi contactado pelo UOL Esporte, mas pediu para que o futuro fosse comentando com seus empresários, avisando que aproveita o período para curtir a família com uma tranquilidade de quem confia em ainda ter espaço em grandes clubes brasileiros.

A serenidade talvez se deva ao fato de que um dos seus procuradores, Bruno Paiva, viajou para Minas Gerais na noite desta quarta-feira, com o objetivo de reunir-se com a diretoria do Atlético-MG no dia seguinte, em busca de uma definição no futuro do goleiro.

“Ainda não temos definido o futuro do jogador, só vamos nos manifestar sobre o jogador, quando tivermos acertado o seu futuro com o Santos, mas ainda não existe nenhuma definição”, despista o diretor de futebol do Atlético-MG, Eduardo Maluf.

“O Fábio Costa tem contrato com Atlético até o fim de 2011. Não adianta falarmos sobre o futuro do jogador sem uma definição do clube que o tem sob contrato”, repete o presidente Luis Alvaro sempre que perguntado sobre o tema.

Os dirigentes dos clubes tratam o assunto Fábio Costa com extrema delicadeza. Temem explicitar a forte rejeição facilmente percebida nos bastidores. O moral do goleiro caiu absurdamente nos dois últimos anos.

No Santos, a amizade declarada com o ex-presidente Marcelo Teixeira, e a idolatria do mesmo pelo goleiro, fizeram com que Fábio Costa jamais tivesse uma oportunidade no time após a antiga oposição tomar posse do clube.

“Minha situação se deu por um problema mais político do que qualquer outra coisa”, percebeu o goleiro logo após sair do clube.

No Atlético-MG, o goleiro acumulou seguidas falhas logo nos seus primeiros jogos como titular e não conseguiu cair nas graças do torcedor. A situação ainda piorou com a chegada de Dorival Júnior, que não intercedeu a seu favor no Santos meses antes, e o afastou no Galo.

“Nunca aconteceu nenhum tipo de problema com o Fábio Costa. É importante salientar que ele sempre honrou com os seus compromissos, fez tudo o que acordamos, e nunca nos causou nenhum tipo de problema. Mostrou ser um grande profissional”, disse Maluf.

A calmaria de Fábio Costa parece não ser passageira. Mesmo com motivos, ele tem ficado longe de polêmicas. O grande problema é a imagem que carrega. No Santos e no Atlético-MG, ela já está ruída. No entanto, o goleiro depende desses clubes para buscar um novo destino no futebol.