Topo

'Corintianismo' marca duelo de campeões mundiais na A-3 do Paulistão

Rincón fala com Vampeta antes de partida pela Série A3 do Campeonato Paulista - Ricardo Nogueira/Folhapress
Rincón fala com Vampeta antes de partida pela Série A3 do Campeonato Paulista Imagem: Ricardo Nogueira/Folhapress

Leonardo Lourenço

Da Folhapress<br>Em São Paulo

10/02/2011 09h08

O "corintianismo" transformou uma partida da esquecida terceira divisão paulista em uma celebração, nesta quarta-feira, na cidade de Osasco.

  • Ricardo Nogueira/Folhapress

    Corinthians tem pior público em 20 meses e 10% de uma renda de Copa Libertadores

    A noite da última quarta-feira estava reservada para o Corinthians realizar a sua estreia na fase de grupos da Copa Libertadores. Provavelmente o Pacaembu receberia 30 mil pessoas, média de público do clube alvinegro no torneio continental.

    Entretanto, o fiasco diante do Deportes Tolima, na semana passada, e a precoce eliminação na Pré-Libertadores fizeram com que a equipe de Parque São Jorge enfrentasse o Ituano, pela sexta rodada do Campeonato Paulista.

O confronto entre Grêmio Osasco e Flamengo de Guarulhos teria passado completamente despercebido se, no banco de reservas de cada equipe, não estivessem Vampeta e Rincón, astros do Corinthians que venceu o Mundial de 2000, no Maracanã.

Os volantes se transformaram em treinadores e agora ralam na Série A-3, comandando equipes modestas da Grande São Paulo.

Mas o corintianismo não se resumiu a eles  -muito menos às quatro linhas. O time de Guarulhos tem uma parceria com o Corinthians, que cedeu toda a comissão técnica e 13 jogadores de sua equipe sub-23.

Rincón e seus atletas chegaram à acanhada arena no Mosqueteiro 2, ônibus repleto de adesivos com símbolos corintianos que, em um passado não tão recente, serviu de transporte aos alvinegros.

Do lado dos anfitriões, Vampeta deu a faixa de capitão a outro conhecido de sua ex-equipe: Rogério, 35, lateral direito nas vitoriosas campanhas da Copa do Brasil e do Rio-São Paulo de 2002.

Na entrada ao campo, Rincón e Vampeta se abraçaram e fizeram questão de afirmar que a amizade continuaria, mesmo durante o jogo.

"A gente sempre foi amigo. A diferença é que agora eu vou para o meu banco, e ele vai para o dele", disse o técnico do Grêmio Osasco, mais discreto que Rincón, que, na beira do gramado, brada xingamentos e reclamações.

Na arquibancada, além dos muitos torcedores trajados com a camisa do Corinthians, estava também o ex-atacante Luizão, outro que esteve na vitória sobre o Vasco, nos pênaltis, há 11 anos.

Quando a partida acabou, o sorriso que marcava o rosto dos dois técnicos ficou só no de Vampeta, que viu seu time fazer 3 a 0 no Flamengo e se manter como o melhor da Série A-3 - são nove pontos e 11 gols em três partidas.

"Em casa, temos que nos impor", brincou Vampeta. "Mas, quando jogarmos em casa, vai ter o troco", disse o colombiano, já prevendo o duelo do segundo turno.

O vencedor, que foi embora de limusine, cercado de repórteres e câmeras, relembrou os bons momentos de sua carreira de jogador. "Parece que estou saindo de um Corinthians x Palmeiras."

Como era de se esperar, ambos sonham comandar o Corinthians, mas não querem chegar lá só pela idolatria. "Vocês viram, não vamos cair de paraquedas. Começamos na A-3", afirmou Vampeta, o mais falante.