São Cristóvão não 'mendiga', mas espera iniciativa de Ronaldo para ajudar o clube
O orgulho de ter sido a primeira casa de Ronaldo no futebol de campo está pintado na parede: “Aqui nasceu o Fenômeno”. Um esquecido São Cristóvão, que participa da Série B do Estadual do Rio de Janeiro, bate no peito para falar do recém-aposentado camisa 9, mas não exige nada da mais famosa cria.
Alfredo Maciel, presidente do São Cristóvão, deseja receber ajuda de Ronaldo para reerguer seu clube
Ronaldo na sala de troféus do São Cristóvão; sem apoio e patrocínio, clube se mantém com esforço
O atual presidente do clube, Alfredo Maciel, não acredita que o jogador tenha qualquer tipo de obrigação com o São Cristóvão. Porém, ele veria com bons olhos uma iniciativa do ex-atacante para tentar ajudar o clube mais que centenário, que conquistou o Campeonato Carioca de 1926.
“Não vou atrás do Ronaldo cobrar nada, de maneira nenhuma. Ele não tem nenhum tipo de obrigação com o clube. Ele é um orgulho para a gente e, se quisesse fazer um projeto ou uma parceria, algo bem detalhado e direitinho, seria muito bom. Precisa partir do Ronaldo. Acredito que muita gente corre atrás dele por dinheiro. Não farei o mesmo. Somos pobres, mas limpinhos”, afirmou o mandatário.
Alfredo Maciel lamenta as poucas aspirações do atual elenco. Sem nenhum apoio e patrocínio, a equipe se esforça para continuar de alguma forma no cenário carioca. Na estreia na Série B, no último sábado, a primeira derrota: 1 a 0, fora de casa, para o São João da Barra.
“Não temos nenhuma perspectiva de conseguir um acesso à Série A. Não temos nenhum apoio e nenhum tipo de patrocínio. É muito difícil manter um clube como esse e contratar. Perdemos todo ano, por baixo, cinco jogadores para empresários e não temos como impedir”, revelou.
Apesar das dificuldades, o presidente ainda vê o São Cristóvão como um grande clube formador de atletas. Segundo Alfredo Maciel, a situação logística ajuda a formar craques e é mais barato para os garotos das comunidades cariocas treinarem no local.
“As estações de trem e metrô ficam próximas do clube. Todas as linhas de acesso da cidade desembocam aqui. Por isso, fica mais fácil para os garotos das favelas chegarem. Muito melhor jogar aqui do que em Mesquita ou Nova Iguaçu, por exemplo. Formamos muitos jogadores”, ressaltou, lembrando que atletas como Válber e Rodrigo Souto também foram formados nos Cadetes.
Nem todos querem o Fenômeno
Apesar de um sonho muito distante de ajudar Ronaldo e do orgulho de ter sido a primeira casa do Fenômeno, nem todos no São Cristóvão gostariam de ver o ex-jogador.
Um dos funcionários mais antigos do clube, Seu Madeira, que acompanhou os primeiros dribles do ainda jovem e dentuço, mostrou mágoa com Ronaldo e preferiu não falar sobre o craque.
“Se ele não fala do São Cristóvão, eu também prefiro não falar do Ronaldo. Não quero dizer nada”, encerrou a conversa, amargurado.
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