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Contrato em dois idiomas gera polêmica e Robinho e Nike duelam na justiça

Robinho brinca com a bola durante participação de evento da Nike em 2006 - Alberto Gea/Reuters
Robinho brinca com a bola durante participação de evento da Nike em 2006 Imagem: Alberto Gea/Reuters

Do UOL Esporte*

Em São Paulo

04/03/2011 07h24

O contrato de quase nove anos entre Robinho e Nike está com futuro indefinido. Segundo a Folha de S.Paulo, o texto redigido em dois idiomas gerou todo o imbróglio sobre renovação e o caso foi parar na justiça da Holanda - onde fica a base europeia da empresa. O atacante brasileiro perdeu em audiência em Amsterdã e já estuda entrar com ação no Brasil.

ADVOGADA NEGA INTERFERÊNCIA DE IMPASSE COM AUSÊNCIA NA SELEÇÃO

  • Caio Guatelli/Folhapress

    O técnico Mano Menezes convocou 24 jogadores para o amistoso da seleção brasileira contra a Escócia em 27 de março. Pela primeira vez desde que assumiu o comando do time, o treinador deixou Robinho de fora da lista. O atacante vinha sendo o capitão durante toda a 'era Mano'.

    A advogada de Robinho, Marisa Alija, enfatizou que o duelo na justiça com o patrocinador nada tem a ver com a ausência do atacante na seleção brasileira. "Não consideramos qualquer hipótese de relação com a convocação ou não do jogador", disse. Mesmo após iniciar a disputa no tribunal, o ex-santista atuou pelo Brasil na derrota para a França e foi o capitão.

Em matéria publicada nesta sexta-feira, a Folha de S.Paulo informa que Robinho alega que o vínculo com a Nike terminou em dezembro de 2010 e foi estendido de forma arbitrária. O atacante se baseia no texto redigido em português, que diz que as duas partes têm que se reunir ao fim do contrato para entrar em acordo sobre possível renovação.

No entanto, o texto em inglês afirma que a empresa norte-americana pode renovar o contrato automaticamente, pagando ao atleta os mesmos valores do último ano.

De acordo com a empresa, uma cláusula do contrato indica que, em caso de confusão em algum trecho da tradução, vale o texto em inglês.

Robinho defende que o vínculo acabou em dezembro do ano passado e chegou até a usar artigos de outras marcas. E teve o cuidado de pintar as chuteiras de preto para não fazer propaganda. Sem solução, o imbróglio foi parar na justiça holandesa.

No início de janeiro, Robinho sofreu derrota no tribunal e foi obrigado a voltar a usar produtos da marca norte-americana. Em caso de descumprimento, o atacante teria que arcar com uma multa 300 mil euros por dia – valor determinado pela justiça, segundo a Nike.

Segundo a Nike, a defesa de Robinho perdeu ação no Brasil e agora tentará reverter o caso na Europa. 

“Existe previsão de contrato para que o assunto seja discutido no país, além de a legislação brasileira assegurar que os contratos feitos no Brasil devem ser analisados em solo brasileiro”, explicou a advogada do jogador Marisa Alija.

Para romper o vínculo neste momento, o atleta teria que pagar à empresa três vezes o valor que recebeu desde 2002, incluindo material esportivo. O primeiro contrato com a empresa foi assinado por Robinho em dezembro daquele ano. Três anos mais tarde, o atacante teve o primeiro desentendimento com a Nike, mas um acordo evitou a disputa na justiça. 

*nota atualizada às 15h57