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Grêmio traz reforços, mas ignora posições e atletas não se encaixam no time

Marinho Saldanha

Em Porto Alegre

11/03/2011 07h00

O Grêmio contratou três jogadores para o  meio-campo no início de 2011. Carlos Alberto, Escudero e Vinícius Pacheco chegaram com o aval de Renato Gaúcho para melhorar um setor que já tinha bom rendimento no ano anterior. Porém, nenhum dos três conseguiu se firmar até agora. Depois de fazer os testes necessários e com tempo mais do que suficiente para adaptação, o comando técnico chegou a conclusão que nenhum deles se encaixou no esquema de jogo.

Três opções, mas nenhuma solução

  • Tárlis Schneider/Agência Freelancer

    Vinícius Pacheco desaprendeu, opina R. Gaúcho

  • Nabor Goulart/AP

    Carlos Alberto é criticado, mas é mantido no time

  • Tárlis Schneider/Agência Freelancer

    Antes de fazer teste, Escudero já virou atacante

Desde 2010 o time tricolor joga no 4-4-2 com um losango no meio-campo. Fábio Rochemback é o principal marcador, Adílson joga pela direita, Lúcio pela esquerda e Douglas tem liberdade para armar e chegar ao ataque. Desta forma a equipe comandada por Renato Gaúcho saiu da zona do rebaixamento e acabou o último Brasileirão em 4º, conquistando direito de disputar a Libertadores.

Com tempo e uma condição financeira aceitável, a direção do clube trouxe os reforços solicitados pelo treinador. Com indicação direta chegaram Vinícius Pacheco, do Flamengo, e Carlos Alberto, do Vasco. Escudero, que veio do Boca Juniors, não teve o aval do técnico, mas contou com apoio da direção para jogar no Olímpico.

O primeiro testado foi Pacheco. Mas, mesmo que tenha participação fundamental na vitória contra o Liverpool-URU, pela pré-Libertadores, o jogador não foi aprovado por Renato. "Nos últimos clubes em que esteve, o Vinícius jogou em tantas posições que desaprendeu a função que queremos deles. É o losango pelos dois lados, isto ele não está conseguindo fazer. Estamos tentando explicar novamente para ele", disse Renato Gaúcho.

Mais tarde veio a insistência com Carlos Alberto. Para colocar o meia em campo e não prejudicar Lúcio, que mantinha alto nível de rendimento, Renato optou por sacar Adílson, deixando somente Rochemback com características defensivas em campo. O nível caiu muito, e com esta formação o Grêmio mostrou fragilidade. O ex-vascaíno não conseguiu ocupar o posto esperado em sua chegada, e sai em praticamente todos os jogos. A situação ficou mais grave no último jogo quando, pela segunda vez, precisou ser sacado ainda no primeiro tempo.

Para tentar ajudar Carlos Alberto, Renato mudou a ideia tática do Grêmio. Abandonou o losango e optou por um quadrado, com dois volantes e dois meias. No entanto isso só foi possível pela lesão de Lúcio. Mas, como o jogador está de volta, é provável que nova altação aconteça.

"O problema do Carlos Alberto é que ele vinha pegando a camisa e jogando, sem nenhuma educação tática ou de posicionamento. O fato é que ele não desaprendeu a jogar. Daqui a pouco ele volta a jogar o que jogava antes. Peço paciência para a torcida, o futebol não é da noite para o dia. Temos que o reeducar taticamente, só isso que está faltando", explicou Renato.

Escudero foi testado somente em um treinamento. O argentino se mostrou mais inclinado a jogar no ataque e logo foi tirado das funções de meio. Lesionado, ele volta a ficar disponível somente na próxima semana e deve ter mais chances no segundo turno do Campeonato Gaúcho.

A melhor formação de meio-campo do Grêmio segue sendo a mesma do ano passado, independente dos reforços. Não só no meio os nocos jogadores não deram certo. Ao todo foram cinco contratados e somente Rodolfo é titular absoluto. Lins, ex-Criciúma, é considerado aposta para o futuro, e figura no banco de reservas na maioria das partidas.

Os jogadores gremistas treinam nesta sexta-feira à tarde e sábado voltam a campo para abrir a disputa do segundo turno do Gauchão contra o Cruzeiro-RS, às 16h, no Olímpico. Campeão do primeiro turno, a ideia é poupar os principais atletas visando a Libertadores.