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Ex-presidente se retira do processo de reforma do estádio Beira-Rio

Jeremias Wernek

Em Porto Alegre

15/03/2011 11h33

Um dos artífices da remodelação do estádio Beira-Rio está fora do processo que visa modernizar a casa do Internacional. Visivelmente contrariado e entrando em rota de colisão com antigos parceiros políticos, o ex-presidente Vitorio Piffero divulgou uma nota oficial onde definiu que se retira do processo de aprovação do modelo para continuação das obras no estádio.

“Após a reunião do Conselho de 11 de março [sic], com a decisão do Presidente Giovanni Luigi de instituir uma Comissão de Obras e negociações, para a reforma do Beira-Rio, considero atingido meu objetivo. A discussão sobre a melhor forma de executar estas obras passa agora para esta Comissão e a própria gestão. Enfim, me retiro, ou como diria meu amigo Roberto Siegmann, viro a minha página, acreditando na busca da melhor opção para o crescimento do Internacional”, diz o texto publicado no blog do ex-mandatário vermelho.

Piffero é um dos defensores do projeto inicial de reforma do Beira-Rio. Nele, os custos seriam de 150 milhões de reais, sem parceria com construtora. Dando para a Fifa garantias financeiras oriundas da venda de camarotes e suítes, bem como os recursos pela negociação da área do antigo estádio dos Eucaliptos. Verbas que não foram suficientes para a entidade, que cobra resolução do quesito desde o ano passado.

COMISSÃO SERÁ CRIADA PARA AJUDAR NA DECISÃO

As obras no entorno do estádio Beira-Rio prosseguem normalmente. O clube garante que a indefinição sobre o modelo do restante das atividades não afetará o cronograma. Na reunião do Conselho Deliberativo nesta segunda-feira, o presidente Giovanni Luigi disse que pretende montar uma comissão com cartolas com experiência em engenharia. "É uma coisa que eu venho solicitando faz tempo e agora foi instaurada. Criamos uma comissão com pessoas que atuam neste ramo e possam dar subsídios para tomarmos a melhor decisão", disse Luigi.

A remodelação do estádio Beira-Rio tem se tornado um sério problema para o Inter. O racha político, já visto na última eleição presidencial, se agravou ainda mais. Boa parte dos integrantes do projeto que tocava as obras – já iniciadas, saíram da gestão. A atual diretoria chegou a ficar algumas semanas sem nenhum responsável pelas atividades.

O executivo-chefe, Aod Cunha, desde o começo de 2011, vem se posicionando a favor de uma parceria com a empreiteira Andrade Gutierrez. O grande ponto de discussão atual, no entanto, é o modelo para se firmar o acordo. Conselheiros do Inter querem mais tempo para analisar um possível contrato, e até mesmo abrir concorrência para outras empresas.

Para os cartolas, o prazo maior pode acarretar em problemas irreversíveis com a Fifa. Que já teria ameaçado descredenciar o estádio Beira-Rio para sede dos jogos da Copa-2014.

Após outro longo encontro no Conselho Deliberativo, na noite desta segunda-feira, ficou agendada para o dia 21 de março uma nova reunião. Nela, será, finalmente, feita a votação para escolher se o Internacional assina parceria ou toca as obras sozinho, com recursos próprios.