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Inter começa a se mobilizar para Cavenaghi não ser 'herdeiro' de Alecsandro

Argentino já acumula oito jogos sem nenhum gol e ainda não ouviu vaias da torcida - Alexandre Lops/AI Inter
Argentino já acumula oito jogos sem nenhum gol e ainda não ouviu vaias da torcida Imagem: Alexandre Lops/AI Inter

Jeremias Wernek

Em Porto Alegre

27/03/2011 10h21

A contestação maciça que tirou Alecsandro do time titular e o fez sair do Inter ensinou algumas lições para comissão técnica e direção vermelha. Lições que já estão sendo aplicadas para que Cavenaghi não recebe, em breve, as críticas outrora direcionadas para o centroavante, atualmente no Vasco.

Diante do São Luiz, de Ijuí, o camisa nove teve – no mínimo, três claras oportunidades de marcar e não o fez. Mesmo assim, não ouviu uma vaia das arquibancadas. A cúpula define os erros como “fase de má sorte”. Roth também cita o momento, mas pede para que o argentino aproveite o que puder.

  • Agência Freelancer

    Gringo veio da Espanha, mas ainda não engrenou

  • Neco Varella/Agência Freelancer

    Contra o São José-POA (foto), sua melhor atuação, mas ainda sem gol com a camisa do Internacional

  • AI Inter/Divulgação

    Nos treinos, dedicação, mas sem encher os olhos

“O que eu tenho que dizer para os meus jogadores é: trabalho. Tem a oportunidade? Faz o gol. Aproveita. Não deixa escapar. Isso serve diretamente para o Cavenaghi”, disse Celso Roth. “O Cavenaghi vem se esforçando, não podemos criar polêmica nisso. Temos que continuar trabalhando para que essa fase dele passe”, acrescentou.

Para os cartolas, é questão de tempo que o primeiro gol de Cavenaghi saia e tudo fique mais tranquilo. “Ritmo de jogo ele tem, se posiciona bem, tem chances. Mas por um azar não foram convertidas as chances”, opinou o vice de futebol Roberto Siegmann. “O Cavenaghi ainda vai fazer muitos gols pelo Internacional. Precisamos dele”, completou.

Ao todo, são oito jogos – quatro como titular, sem nada de gols. O motivo para que as vaias ainda não tenham aparecido? Poucos sabem explicar, de fato. “O torcedor fala de alguns, de outros nem tanto. São as preferências”, argumentou Roth. “A comparação vem, mais cedo ou mais tarde”, alertou o comandante.

A diferença de tratamento entre Alecsandro e Cavenaghi fez, inclusive, Celso Roth revelar passagens anteriores a chegada do gringo e a saída do ex-camisa nove do Beira-Rio. Como se fosse um desabafo, um comunicado. “Tecnicamente, nós sempre apoiamos o Alecsandro”, apontou.

“Até o final do ano era titular. Na virada, o torcedor elegeu alguns culpados pela falha no Mundial. Eu, óbvio, por ser o treinador. E dois jogadores: Renan e Alecsandro. Como eu continuei, os dois saíram da equipe. Por que tem algumas obviedades que temos que respeitar, quando é uma massa. Colocamos o Lauro e ele está muito bem. A gente andava na rua, no período de férias, o torcedor não queria o Alecsandro. 99,9% não queria ouvir falar dele. E nós sempre dizendo ao contrário, falando que ele tem qualidade, foi goleador. Fomos levando, tiramos o Alecsandro. Conversei com ele e vou revelar. Conversamos e disse que ele poderia voltar a qualquer momento para o time. Até por que o Damião não estava neste momento de agora. Estou fazendo este relato por que o Alecsandro merece”, disse Celso Roth.