Fifa diz que não recebeu comunicado sobre racismo contra brasileiros

Os últimos dias foram ruins para os brasileiros no futebol europeu. Não pelos resultados, mas pelas manifestações de racismo registradas em campos da Espanha, Rússia e Inglaterra. Marcelo, Roberto Carlos e Neymar foram alvos, e o tema voltou à discussão no futebol. A Fifa, entretanto, ainda não reagiu por não ter recebido nenhum comunicado sobre os episódios de preconceito.

O departamento de mídia da Fifa, em contato por e-mail com o UOL Esporte, destaca não ter conhecimento dos casos envolvendo jogadores brasileiros e que não recebeu nenhuma solicitação especial para investigar o comportamento racista de torcedores europeus.

Em amistoso da seleção brasileira contra a Escócia, realizado em Londres no último domingo, uma casca de banana foi jogada no campo, em direção a Neymar. Lucas, volante do Brasil, recolheu a banana e condenou o ato após o jogo, assim como o próprio atacante do Santos. 

Neymar, no entanto, descartou fazer uma queixa formal, assim como a Escócia se recusou a investigar o ocorrido. O Arsenal esclareceu que a torcida rival, que vaiou o jogador durante o jogo, não teve participação no episódio. Um turista alemão teria atirado a fruta. Ele estava no setor ocupado pelos fãs brasileiros. O clube inglês cedeu o seu estádio, o Emirates, para a partida.

Roberto Carlos foi vítima de racismo na Rússia. Uma banana também foi usada para insultar o lateral brasileiro, em jogo pelo campeonato local, no dia 21 de março. Um torcedor do time de São Petersburgo ofereceu a fruta ao jogador do Anzhi. O homem responsável pela ofensa foi proibido de pisar no estádio da cidade.

Dois dias antes, outro brasileiro havia sido alvo de manifestações racistas de torcedores. No clássico de Madri, entre Real e Atlético, o lateral-esquerdo Marcelo foi chamado de macaco pela torcida rival. O órgão responsável por coibir tais ofensas na Espanha não se manifestou, pois o árbitro do jogo não relatou o caso na súmula.