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WTorre muda estratégia e faz 'overdose' de Arena para combater radicais do Palmeiras

Se seguir o cronograma, nova arena do Palmeiras será lançada em abril de 2013 - Junior Lago/UOL
Se seguir o cronograma, nova arena do Palmeiras será lançada em abril de 2013 Imagem: Junior Lago/UOL

Paula Almeida

Em São Paulo

09/04/2011 10h01

O que mais você ouve sobre a nova arena do Palmeiras? Que será um modelo inovador no Brasil, com grandes benefícios ao clube, ou que irá onerar o Palmeiras e pode até não sair do papel? Se você é da segunda turma, saiba que é para você e para os críticos ferrenhos do projeto dentro da ala mais radical do clube que a WTorre, construtora do estádio, resolveu mudar de estratégia e falar o máximo que puder sobre o complexo multiuso.

Insatisfeita com as suspeitas levantadas por alguns dirigentes palestrinos, sobretudo o ex-presidente Mustafá Contursi, a empresa decidiu responder todos os questionamentos sobre o contrato com o Palmeiras e mostrar aos torcedores que as obras para substituir o antigo Palestra Itália estão seguindo o cronograma.

Arnaldo Tirone assumiu a presidência do Palmeiras em 20 de janeiro de 2011, e desde então, Mustafá e outros aliados do novo mandatário iniciaram uma artilharia pesada pra cima da WTorre. Inicialmente, a construtora se calou. Mas no último mês, a empresa passou a revidar com informações via Twitter – na conta pessoal do dono da construtora, Walter Torre -, com uma página ainda provisória na internet com fotos da reforma, e com uma série de encontros com jornalistas, combinando entrevistas coletivas e visitas técnicas aos entulhos do Palestra.

A NOVA ESTRATÉGIA DA WTORRE

“Jornalista tem dúvida sobre a obra, sobre o projeto, sobre algum ponto do contrato, por que nós não vamos falar? A escritura do contrato é pública, todo mundo tem acesso, então por que não falar? Então vamos falar sobre o que interessa. A briga política dentro do Palmeiras não nos diz respeito, nosso acordo é de uma empresa com uma instituição”, afirma Rogério Dezembro.

Ex-diretor de marketing do Palmeiras, hoje ele é executivo de novos projetos da WTorre, ‘migração’ que causou estranheza em alguns e até suscitou dúvidas éticas sobre o caso. Mas ele se diz completamente tranquilo com isso.

“Fiquei muito à vontade para assumir o convite, até porque eu não participei da confecção do contrato”, explica Dezembro, que, a princípio, não queria se envolver diretamente com a Arena, mas que mudou sua decisão ao ver as primeiras matérias na imprensa que ele diz serem infundadas. “Naquela hora eu falei pro Walter ‘Não vamos deixar esse projeto fazer água agora que a obra começou’. Então entrei no projeto”.

E foi justamente com a chegada de Dezembro que a WTorre mudou de postura e iniciou uma ‘overdose’ de Arena. “Para a WTorre foi dolorido [o alto número de críticas], porque eles passaram de um status de um parceiro muito próximo para um intruso, entre aspas, que apanhava todo dia sem saber de onde a coisa estava vindo. Então eles ficaram chateados”, revela.

Segundo Dezembro, a nova estratégia da construtora visa a atingir os palmeirenses que tinham dúvidas sobre as garantias de o projeto realmente se concretizar. “Essa arena só vai dar certo quando o palmeirense realmente adotá-la como casa”, comenta o executivo, que ainda cita um arquirrival. “Se fosse outro clube da capital paulista, eles estariam sacolejando que esse é o maior projeto do Brasil, de mais de R$ 1 bilhão em lucro. Nessas horas, eu como palmeirense fico muito triste, porque esse clube que estaria fazendo o certo”.