Dez perguntas: tire suas dúvidas sobre a nova arena do Palmeiras
Paula Almeida
Em São Paulo
12/04/2011 07h01
Apesar da boa fase do Palmeiras em campo neste início de temporada, os olhos da torcida e, principalmente, da diretoria alviverde estão direcionados para a nova arena do time, que reunirá estádio e sede social e substituirá o antigo Palestra Itália. Nas últimas semanas, o projeto e o contrato do clube com a construtora WTorre foram alvo de críticas de alas mais radicais do Palmeiras, e informações desencontradas foram divulgadas. Por isso, o UOL Esporte respondeu a questões mais frequentes sobre o tema.
Entenda, em dez perguntas e respostas, tudo sobre a nova arena do Palmeiras:
1 – Quando a arena será entregue? O prazo final estipulado pela WTorre para a entrega do estádio é abril de 2013. A empresa, porém, promete entregar outras partes do clube anteriormente. O vestiário das piscinas, por exemplo, deve ficar pronto em julho deste ano. Os prédios administrativos e de quadras também devem ser entregues em dezembro de 2011, ficando para depois o estacionamento e o estádio propriamente dito. |
2 – Qual será o custo final da arena? Este número ainda é incerto. Atualmente, a previsão é de que a obra toda custe R$ 330 milhões, mas a WTorre, construtora responsável, reconhece que o valor final fatalmente passará disso. A empresa imagina que o acréscimo será fruto de eventuais mudanças de engenharia e de uma adequação ao caderno de encargos da Fifa lançado em 2013. O primeiro encarecimento da obra foi justamente porque a WTorre adequou a arena ao caderno lançado no ano passado. O alto seguro exigido pelo Palmeiras, com uma taxa de 42%, também elevou os custos previstos inicialmente. |
3 – Por que WTorre e Palmeiras brigaram pelo seguro da arena? O seguro de uma obra é diferente do de um carro ou de um imóvel. Ele prevê que se a construtora não conseguir finalizar a obra, a seguradora responsável repassará a reforma para outra empresa, dando a ela um valor a mais. Em geral, para obras do padrão da arena, esse valor é uma taxa de 10% a 15% do total dos gastos previstos. Essa taxa é o performance bond. Ou seja, se uma construtora A não conseguiu finalizar uma obra, a seguradora responsável repassará esta reforma para uma construtora B, que ainda receberá 10% ou 15% do valor total da obra como ‘recompensa’ por assumir esse risco. O Palmeiras, porém, achou que esse valor era muito baixo, e exigiu um seguro maior. Para tanto, a WTorre recorreu a duas seguradoras, e a taxa total do seguro passou a 42%. Em contrapartida, o custo da arena aumentou, conforme citado na pergunta acima. |
4 – Qual será a parcela do Palmeiras e a da WTorre nas rendas da arena? O contrato entre as duas partes é de 30 anos, e neste período o Palmeiras terá uma participação crescente na renda da arena, com exceção da bilheteria dos jogos, que será integral do clube. Nos primeiros cinco anos, o Palmeiras terá 5% da renda obtida com camarotes, cadeiras e naming rights. Também nos primeiros cinco anos, o clube terá 20% da renda de estacionamentos, lanchonetes, restaurantes e lojas. Todos estes valores aumentarão 5% a cada 5 anos, até o fim dos 30 anos de contrato. |
5 – Quem arcará com as despesas da arena e quem fará a gestão dela? Pelo contrato, todos os gastos com a arena ficarão a cargo da WTorre, com exceção das despesas de bilheteria, a cargo do Palmeiras. Já a gestão do complexo ficará sob responsabilidade de uma outra empresa contratada pela construtora, mas ainda não definida. |
6 – Por que o contrato com a WTorre tem sido tão criticado por algumas alas do Palmeiras? O atual presidente do clube, Arnaldo Tirone, não concorda com os 30 anos de concessão à WTorre previstos em contrato, e chegou a pedir uma análise do acordo para verificar se havia alguma brecha, mas nenhum problema foi encontrado, e o mandatário tem se alinhado cada vez mais às ideias da construtora. O maior crítico é o ex-presidente Mustafá Contursi (f), que afirma que o acordo é prejudicial ao Palmeiras porque a WTorre ficará com uma fatia muito grande das receitas. Outros dirigentes radicais do clube já pediram a paralisação das obras, mas Tirone descartou essa possibilidade. |
7 – O Palmeiras terá de pedir para jogar, treinar e realizar amistosos na arena? Não exatamente. Todos os jogos do Palmeiras como mandante serão na Arena, a menos que o clube sofra algum tipo de punição e perda seu mando de campo em alguma competição. Quanto aos treinos, e vale lembrar que o Palmeiras não costumava treinar no Palestra Itália, já que tem seu próprio CT, o contrato prevê que o clube peça autorização à WTorre com pelo menos 90 dias de antecedência, mas a empresa reconhece que este número não precisará ser respeitado no caso de alguma ação de marketing programada conjuntamente. Por fim, para amistosos, o Palmeiras terá de solicitar o campo com 120 dias de antecedência. A WTorre alega que determinou esses prazos para evitar que houvesse encontro de datas de eventos esportivos com os eventos de entretenimento que a arena poderá receber. |
A NOVA ARENA DO PALMEIRAS EM NÚMEROS
Estádio com 45 mil lugares (todos cobertos) Área de imprensa para 2 mil jornalistas Estacionamento com 1.500 vagas 3 restaurantes 25 lanchonetes 4 vestiários 11 elevadores e escadas rolantes Anfiteatro para 15 mil pessoas Reaproveitamento de 20 mil metros cúbicos de concreto e de 4 mil toneladas de aço Custo total previsto: R$ 330 milhões |
8 – A WTorre e o Palmeiras já fecharam parceiros comerciais para a Arena? Por enquanto, não. Atualmente, os únicos ‘parceiros’ são o Banco do Brasil, que participa dos investimentos junto com a WTorre, e a Traffic, contratada para ajudar a construtora a conseguir outros patrocinadores. A principal meta é encontrar parceiros comerciais para compra dos camarotes e empreendimentos dentro da arena e, principalmente, uma empresa que compre os naming rights, isto é, o direito de dar seu nome ao complexo por um período determinado. A WTorre espera fechar os primeiros parceiros no último trimestre de 2011. |
9 – A nova arena receberá jogos da Copa do Mundo de 2014? Por enquanto, o estádio paulista na Copa de 2014 será o do Corinthians, por determinação da Fifa. Palmeiras e WTorre, porém, já apresentaram a arena para autoridades públicas brasileiras e estão de sobreaviso para o caso de o estádio corintiano não ficar pronto a tempo. Nos bastidores, os sócios veem boa chance de a arena palmeirense ser usada na Copa das Confederações 2013. |
10 – Apenas sócios poderão entrar na arena? Na parte social do clube, sim, mas o acesso ao estádio e seus empreendimentos internos (restaurantes, lojas, museu, lanchonetes) será permitido a todos. |