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Ricardinho lamenta não ter sido ouvido pelo Atlético e nega quebra de hierarquia

Ricardinho lamenta não ter sido ouvido antes da decisão de dispensá-lo - Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG
Ricardinho lamenta não ter sido ouvido antes da decisão de dispensá-lo Imagem: Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG

Do UOL Esporte

Em Belo Horizonte

19/04/2011 11h18

Dizendo-se triste pela dispensa do Atlético-MG, situação que considera inédita em sua carreira, o meia Ricardinho lamentou o fato de não ter sido ouvido pelo técnico Dorival Júnior e nega que tenha havido quebra de hierarquia. Ele decidiu se pronunciar publicamente, nesta terça-feira, após comentários feitos pelo treinador atleticano na noite anterior, no programa Bem Amigos, exibido pelo Sportv.

“Nesse momento até acredito que algumas coisas ou algumas pessoas chegaram até o Dorival, mas sinceramente não sei o que possa ter acontecido, ate porque não tive a oportunidade de conversar e me colocar. Simplesmente fui avisado que estava dispensado e não tive oportunidade de esclarecer qualquer tipo de coisa que pudesse ter acontecido”, afirmou Ricardinho, em entrevista ao programa Redação Sportv.

Ricardinho foi dispensado, juntamente com o volante Zé Luís, em 9 de abril, dois dias após a eliminação na Copa do Brasil para o Grêmio Prudente e na véspera do jogo com a Caldense (vitória por 2 a 0), pelo Campeonato Mineiro. No dia 11, em entrevista coletiva, o presidente Alexandre Kalil alegou quebra de hierarquia para justificar as dispensas.

“Sempre fui profissional que nunca faltei com profissionalismo, nunca tive problema com treino, horário, dedicação no meu trabalho, haja visto que joguei duas copas, joguei nos melhores times do Brasil, joguei fora do pais, conquistei muitos títulos na carreira sendo um profissional exemplar. Fazendo da melhor forma possível, sempre respeitando os profissionais que trabalham ao meu lado e as pessoas que me comandam”, desabafou Ricardinho.

Ele disse que recebeu com surpresa a informação da sua dispensa. “Recebi isso com surpresa, dizendo que estávamos dispensados em virtude de quebra de hierarquia que não entendo. Sempre me coloquei a disposição dos clubes”, observou. “Lógico que até pela experiência e vivencia do futebol que tenho, sempre procurei em alguns momentos questionar certas situações para melhorar nossa produção, isso não só no Atlético, mas sempre respeitando a hierarquia e o comando do treinador”, acrescentou.

Ricardinho admite ser uma pessoa de personalidade e que não se omite. “Tenho minha opinião, tenho personalidade mesmo, não me omito, não só de colocação que tenha que fazer para qualquer pessoa. Só assim consegue um crescimento e melhores resultados, agora se isso foi um problema aí é outra questão. Não tive oportunidade de me colocar”, disse.

Ele garante que nunca se envolveu em brigas e discussões no Atlético-MG. “Desde o primeiro dia sempre fui bem tratado, com muito respeito, entoa isso não procede. Nunca tivemos bate boca, discussão, nada, nada. O que aconteciam eram coisas do dia, coisa pra melhorar nossa qualidade e isso existe não só no futebol, mas em qualquer profissão”, afirmou.

Ao participar do programa Bem Amigos, na noite de segunda-feira, Dorival Júnior disse que não tomou a decisão de dispensar os dois jogadores por “fofoca”. “Caracterizou uma falta (de profissionalismo) e uma traição”, ressaltou o treinador atleticano, que admitiu não gostar de falar do assunto.

“Tudo que eu tinha que falar, falei na frente dos dois. Todas as colocações que tinha que fazer”, afirmou Dorival Júnior. “Não gosto de falar porque isso, até profissionalmente pode prejudicar ainda mais. Eles já foram prejudicados, mas era necessário tomar uma posição. Aconteceram fatos muitos desagradáveis lá dentro. Coloquei a diretoria a par 25 dias antes”, complementou.

O técnico fez questão de ressaltar que a decisão de dispensar os dois jogadores foi tomada em comum acordo com a diretoria. “Pedi que todos eles apurassem os fatos para depois tomarmos uma posição em conjunto. Jamais quero tomar decisão desse tipo sem ter respaldo da diretoria e para não ser injusto”, comentou.