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Após saída polêmica de Ricardinho, Atlético-MG aposta em 'vários líderes'

Dorival Júnior diz que o grupo atleticano conta até com líderes mais jovens - Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG
Dorival Júnior diz que o grupo atleticano conta até com líderes mais jovens Imagem: Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG

Bernardo Lacerda

Em Vespasiano (MG)

25/04/2011 13h08

Depois de polêmica com meia Ricardinho, considerado principalmente pelos jovens um dos líderes do elenco do Atlético-MG antes de ser dispensado pela diretoria a pedido do técnico Dorival Júnior, o grupo do Atlético-MG aposta numa liderança dividida entre vários jogadores, independentemente da idade.

LIDERANÇA COMPARTILHADA NO ATLÉTICO

  • AE

    Dispensado a pedido de Dorival Júnior, Ricardinho servia de espelho a atletas mais jovens do grupo

  • Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG

    De volta ao clube, meia Mancini exerce liderança discreta e admite que aprende com os mais novos

“No elenco vários líderes se destacam, possui aqueles que são novos, mas que são líderes, outros mais experientes. Hoje, no Atlético, percebo que o elenco todo tem uma liderança, uma união, independente da idade”, observou o treinador.

Em decisão conjunta com o Dorival Júnior, a diretoria atleticana dispensou, recentemente, Ricardinho e o volante Zé Luís, sob a alegação de que a dupla interferia negativamente no trabalho do treinador. A decisão, que pegou todos de surpresa, foi lamentada por jovens atletas do atual elenco alvinegro.

O volante Fillipe Soutto, de 20 anos, atualmente titular no meio-campo atleticano, reconhece que se “espelhava” em Ricardinho. “É um grande jogador, uma grande pessoa, que vinha sempre conversando comigo, me dando conselhos. Ele era um dos líderes do time e que ajudava os jogadores mais novos”, afirmou.

Sem se apoiar em um ou outro jogador, Dorival Júnior disse que existem diferentes líderes no grupo. “Você tem aquele que é mais calado, mas que no momento certo aparece. Tem aquele que no dia a dia conversa, chama o companheiro de lado e dá dicas, cada um tem um perfil. Seja novo, mais velho, mais rodado, ou que esteja procurando o seu espaço, todos são líderes e é assim no Atlético”, ressaltou o treinador.

Além de Ricardinho e Zé Luís, o clube mineiro perdeu outros jogadores experientes e que atuavam como líderes. O atacante Diego Tardelli, que jogou por quase três temporadas e foi negociado no começo do ano, chegou a ser capitão da equipe. O atacante Obina, também negociado no inicio desta temporada, contava com a admiração dos companheiros.

No atual elenco, alguns jogadores chamam atenção pelo espírito de liderança, como o capitão Réver e o lateral-esquerdo Leandro, que, apesar de ter perdido posição na equipe, comanda as brincadeiras entre os atletas. Além deles, Richarlyson, Leonardo Silva, Daniel Carvalho, Magno Alves e Mancini estão entre os mais experientes do atual grupo.

Revelado nas categorias de base do Atlético, Mancini retornou ao clube mineiro nesta temporada e tem exercido uma liderança discreta entre os companheiros. O meia concorda com Dorival Júnior e também vê outros líderes no grupo, até mesmo na turma mais jovem.

“Grupo bom, claro que aquele mais experiente, com bagagem maior procura passar um conselho, mas a gente aprende com jogadores jovens. O conjunto como um todo ajuda o crescimento do grupo. Isso faz a diferença. A liderança é de todos”, observou Mancini.

Para o meia, não adianta ficar lamentando a saída de jogadores, mesmo os que eram referência no grupo atleticano. “Todas as vezes que as pessoas falam o Atlético perdeu este, aquele jogador, são pessoas importantes, que fizeram história, mas que passaram. Não tem de ficar batendo na tecla, acabou, é passado. Temos de pensar no elenco atual”, ressaltou.