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Kalil diz que reunião com Sanchez e Koff serviu para detalhar fim de C13

Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG, diz que Globo não tem interesse que cartolas se organizem - Divulgação/site oficial do Atlético-MG
Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG, diz que Globo não tem interesse que cartolas se organizem Imagem: Divulgação/site oficial do Atlético-MG

Gustavo Franceschini e Ricardo Perrone

Em Brasília (DF)

28/04/2011 13h00

Andrés Sanchez, um dos líderes dos clubes dissidentes do imbróglio político do futebol, dividiu mesa no restaurante Fasano, em São Paulo, com Fábio Koff, presidente do Clube dos 13 e Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG e último a resistir ao assédio da Globo. O encontro, revelado pelo blog do Juca Kfouri, aconteceu para tratar dos detalhes do fim do C13, que deve ser ratificado na assembleia geral da entidade, no próximo dia 3.

“O Clube dos 13 não continua. Se eles quisessem simplesmente tirar o Fábio Koff eles teriam pedido isso em assembleia. Mas não se fecha uma entidade assim do nada. Tem de pagar as contas, discutir algumas coisas”, disse Alexandre Kalil, em entrevista ao UOL Esporte.

Fábio Koff, também procurado pela reportagem, confirmou que as contas dos clubes foram tema do encontro, mas não foi tão taxativo a respeito do fim do Clube dos 13. “Eu não sei o que eles estão pensando. Eles vão decidir em assembleia. Eu sou um representante da vontade dos clubes, eles que decidem”, disse o dirigente.

Os dois negaram, no entanto, que Andrés Sanchez tenha pedido a cabeça de Ataíde Gil Guerreiro, diretor-executivo do Clube dos 13. Foi o cartola, ligado ao São Paulo, que comandou a licitação dos direitos de transmissão que deu origem a todo o imbróglio político atual.

  • J. Freitas/ Agência Senado

    À vontade no Senado, R. Teixeira contrasta com o rival Koff, retraído ao seu lado

    Ricardo Teixeira distribuiu cumprimentos, sorrisos e não foi pressionado pelos interlocutores em nenhuma oportunidade. Exatamente ao lado do presidente da CBF, seu grande adversário político, Fábio Koff, se retraiu. O presidente do Clube dos 13 manteve o discurso adotado há meses, mas viu uma audiência que não o favoreceu na guerra nos bastidores de uma posição em que teve de, literalmente, dividir espaço com os aliados de Teixeira.

Kalil também descartou a criação de uma liga independente de clubes, ideia já aventada por outros dirigentes. O presidente do Atlético-MG entende que a Globo está por trás dos dissidentes e que ela não tem interesse que os cartolas se organizem.

“A Globo quer é dominar. Eles não querem nenhum tipo de instituição. Isso não interessa a eles”, disse o dirigente atleticano, que reforçou a postura de não conversar sobre direitos de TV com a emissora. Segundo ele, é o Conselho do clube quem deve tratar de um possível contrato individual.

O possível fim do C13 pode ser o ponto final na briga. A Globo entregou, na última quarta-feira, os contratos assinados com 15 clubes para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) avaliar a legalidade dos compromissos. Em audiência pública no Senado, Fernando Furlan, presidente do órgão federal, já deu indícios de que não vai interferir na manobra da Globo.

Pelo menos até antes do jantar, o C13 ainda tinha um fio de esperança. Acreditava ser possível um acordão. Por ele, a entidade seria mantida pelo menos até dezembro, com Koff na presidência. E a Globo cederia os jogos para a Rede TV!, como faz hoje com a Band. Nesse cenário, Sanchez estaria livre para se candidatar à presidência a partir de janeiro, quando já não será mais presidente do Corinthians.

Porém, a Globo demonstra ser contra o acordo. Parte dos clubes também. Eles avaliam que as feridas abertas na batalha com o C13 ainda não cicatrizaram. Os ressentimentos não permitiriam um pacto agora.