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Reforços "baratos" de 2010 caem de produção, incham grupo e prejudicam Grêmio

Júnior Viçosa caiu de rendimento, a exemplo dos reforços "sem grife" do ano passado - Tárlis Schneider/Agência Freelancer
Júnior Viçosa caiu de rendimento, a exemplo dos reforços "sem grife" do ano passado Imagem: Tárlis Schneider/Agência Freelancer

Marinho Saldanha

Em Porto Alegre

28/04/2011 07h02

O segundo semestre de 2010 salvou o Grêmio. Depois de iniciar bem o ano, chegando às semifinais da Copa do Brasil, mas cair drasticamente de rendimento no Brasileirão, o time tricolor conseguiu, sob comando de Renato Gaúcho, a vaga na Libertadores do ano seguinte. Para "resolver" o problema, nenhum jogador de peso foi contratado, mas sim atletas vindos de times inferiores, que superaram a expectativa. No entanto, as contratações mais baratas estouraram prazo de validade. Em 2011, nenhum dos componentes do "pacote sem grife" conseguiu se manter na equipe.

  • Neco Varella/Freelancer

    Diego Clementino deixou de ser "talismã", saiu da lista da Libertadores e deve ser negociado no clube

  • Wesley Santos/Pressdigital

    Mesmo titular, Gilson é perseguido pela torcida. Vaiado, ele erra constantemente em jogos do time

  • Lucas Uebel/TRATO.TXT

    Atrapalhado por uma série de lesões, Vilson teve um bom começo de ano, mas não consegue voltar

Renato Gaúcho foi responsável direto pela chegada dos jogadores. Diego Clementino, Vilson, Gilson, Júnior Viçosa e Paulão chegaram ao Olímpico por indicação do comandante. O único a destoar do perfil de reforços foi Gabriel, que estava no futebol europeu e já contava com status elevado.

Ainda no ano passado, Vilson chegou a ser titular da zaga. Júnior Viçosa foi importante ao marcar contra o Cruzeiro na vitória no Olímpico, Paulão se tornou ídolo da torcida, da mesma forma que Clementino, autor de  vários gols sempre nos minutos finais de jogo, e Gilson virou opção válida na lateral-esquerda. No entanto, todos estes paradigmas foram alterados em 2011.

Paulão seguiu titular, mas não manteve o nível e foi vendido. Vilson teve duas lesões e não conseguiu atuar. Gilson erra constantemente e é perseguido pela torcida. Diego Clementino jogou tão mal neste ano que até foi sacado da lista de inscritos na Libertadores e Júnior Viçosa não manteve o ritmo. Assim, o dito popular: "o barato sai caro" acabou valendo no estádio Olímpico.

Mesmo que os salários dos atletas não façam grande diferença na folha de pagamento do Grêmio, o inchaço no elenco profissional desagrada Renato Gaúcho. É fato que, para o Campeonato Brasileiro, o time tricolor cederá vários jogadores a outras equipes. Entre os cotados está Diego Clementino, que seria o segundo dos reforços vindos de times inferiores a deixar o Olímpico.

Porém, não são somente os jogadores "sem grife" que não estão rendendo o esperado no Grêmio. Dos cinco jogadores contratados nesta temporada, somente Rodolfo é titular. Vinícius Pacheco, Escudero, Carlos Alberto e Lins amargam o presença no banco.

"Vou ser bem claro. Nosso grupo que vai decidir o Campeonato Gaúcho ou a sequência na Libertadores é este e ponto. Não vamos discutir avaliações do grupo ou novas contratações, movimentos para o Brasileiro ou saídas agora. Isso só depois. Quando passar o Gre-Nal, acabar o Gauchão, podemos começar a pensar. Não temos como fazer esta cobrança pública", disse o vice de futebol gremista, Antônio Vicente Martins.

O grupo de atletas do Grêmio conta, atualmente, com 38 jogadores. Entre eles há quem sequer tenha estreado nos profissionais, caso de Romário, zagueiro da base. Há também aqueles que foram testados e comprovadamente não apresentaram resultados: casos de Roberson, Mithyuê e Maylson. Todos estão ameaçados de deixarem o clube.

Aguardando novas oportunidades, suplentes gremistas veem o time ter poucas alterações e não viver boa fase. O Grêmio treina em dois turnos nesta quinta-feira. O próximo compromisso ocorrerá no domingo, às 16h, na decisão do segundo turno do Estadual, contra o Inter.