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Federação Francesa nega "cotas raciais" nas escolas de futebol do país

Do UOL Esporte

Em São Paulo

29/04/2011 07h57

A Federação Francesa de Futebol negou que membros de sua Direção Técnica Nacional (DTN) tenham organizado, em segredo, um planejamento para impor “cotas raciais” aos jovens jogadores do país. A intenção dos cartolas seria limitar o número de atletas de origem africana e árabe nas escolas de futebol da França.

A questão foi levantada, segundo reportagem do diário on-line Mediapart, em seguidas reuniões da DTN. Nestes encontros, uma proposta de impor uma cota de, no máximo, 30% para jogadores negros e árabes nos centros de formação de jogadores franceses, foi feita.

“Precisamos de uma espécie de cota, mas isto não deve ser divulgado", teria dito em uma reunião o máximo representante da DTN, François Blanquart. A declaração foi feita quando o treinador da seleção francesa, Laurent Blanc, estava presente.

A Federação Francesa desmentiu a reportagem e comentou que “em todas as discussões há posturas que podem ser consideradas excessivas, é o objeto de todo debate”. A entidade, no entanto, reforça que nenhuma decisão nesse sentido foi tomada.

Blanc também se viu envolvido, pois o diário afirma que o treinador se mostrou de acordo com a susposta proposta do dirigente da DTN. O acordo era de mudar, a partir dos 12 anos, os critérios de convocação para as seleções de base da França. Assim, a equipe teria um ajuste à "cultura e história" francesas.

Ainda de acordo com Mediapart, Blanc justificou a sua postura com uma comparação com a situação da Espanha. O técnico teria explicado: “os espanhóis dizem: ‘nós, não temos problemas. Não temos negros'”.

Um porta-voz da seleção francesa negou essa declaração e disse que a acusação é muito grave, mas confirmou que o treinador já demonstrou sua preocupação com a formação de jovens jogadores, que conseguem dupla nacionalidade para jogar em seleções estrangeiras.

Presidente da Federação Francesa de Futebol, Fernand Duchaussoy, afirmou que o tema sobre cotas raciais nunca foi discutido. "Só se houver reuniões secretas na Federação”, encerrou.