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Blanc será ouvido pela Federação Francesa nesta 2ª após polêmica por cotas raciais

Blanc teria se mostrado favorável à criação de cotas de 30% para jogadores negros e árabes - REUTERS/Charles Platiau
Blanc teria se mostrado favorável à criação de cotas de 30% para jogadores negros e árabes Imagem: REUTERS/Charles Platiau

Das agências internacionais

Em Paris (França)

09/05/2011 06h48

A Federação Francesa (FFF) e a ministra do Esporte ouvirão Laurent Blanc nesta segunda-feira. O treinador da seleção se tornou alvo de polêmica nos últimos dias após ser acusado de defender um sistema de cotas raciais em centros de treinamentos de categorias de base do país.

A audiência faz parte de uma investigação sobre a polêmica. O diário online Mediapart revelou a existência de um suposto plano para estabelecer sistema de cotas nos centros de treinamentos de categorias de base da França. Haveria um limite de 30% para jogadores negros ou de origem árabe.

Membros da Direção Técnica Nacional (DTN) teriam organizado o plano em segredo, durante uma reunião realizada em novembro. A proposta tinha a intenção de reduzir a participação de jogadores com dupla nacionalidade na seleção francesa. Blanc, de acordo com a reportagem, sabia do “projeto”. O técnico esteve no encontro e teria se manifestado favorável à ideia.

A FFF negou qualquer tipo de planejamento para a criação das cotas raciais nas categorias de base da França. François Blaquart, diretor técnico da Federação Francesa, foi suspenso de forma preventiva. O dirigente também teria se mostrado a favor do polêmico plano.

O projeto previa mudanças nos critérios de convocação para as seleções de base da França e afetaria jogadores a partir dos 12 anos. Segundo o Mediapart, Blanc teria defendido a ideia ao comparar a situação francesa com a espanhola. “Os espanhóis dizem: ‘nós, não temos problemas. Não temos negros”, teria dito. O treinador negou as acusações.

No sábado, a FFF negou que Blanc tivesse pedido demissão após o escândalo vir à tona. Houve diversos boatos de que o treinador entregaria o cargo, mas a entidade confirmou que ele continua à frente dos Bleus.