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Presidente do Palmeiras mostra postura indecisa ao gerir crise; relembre casos

Arnaldo Tirone, presidente do Palmeiras, enfrenta crise nos bastidores do clube - Thiago Vieira/Folhapress
Arnaldo Tirone, presidente do Palmeiras, enfrenta crise nos bastidores do clube Imagem: Thiago Vieira/Folhapress

Renan Prates e Ricardo Perrone

Em São Paulo

10/05/2011 07h00

Com quase cinco meses de mandato, o presidente do Palmeiras Arnaldo Tirone tem demonstrado uma característica comum a sua gestão: a indecisão ao gerir os problemas mais agudos existentes no clube.

BLOG DO PERRONE

Até o fim da tarde de ontem, Palmeiras e WTorre tinham um acordo alinhavado para seguirem com as obras da Arena Palestra Itália. O dono da construtora, Walter Torre, cedeu e ofereceu garantias financeiras pessoais para complementar o seguro da obra, satisfazendo os palmeirenses. A empresa também estava disposta a dar o que o clube chamou de mobilidade para mexer em alguns pontos do contrato, exceto os principais. Porém, por volta das 17h, a WTorre voltou atrás e o trato emperrou.

Tirone não adota uma postura mais firme por temer a reação de cardeais de diferentes alas do Palmeiras. Mas ao agir desta forma, ele acaba sendo criticado pela falta de pulso ao mandar. O UOL Esporte listou cinco assuntos em que o dirigente foi cornetado por ter ficado em cima do muro.

ARENA PALESTRA
Este é talvez o tema mais polêmico da gestão Arnaldo Tirone. Inflado por conselheiros da situação, o presidente do Palmeiras reviu todo o contrato firmado na gestão anterior, mas não tomou uma decisão sobre o tema. Pediu mais tempo à WTorre e resolveu dividir a responsabilidade com o Conselho de Orientação e Fiscalização.
LUIZ FELIPE SCOLARI
Tirone diz que apoia o treinador e não vê motivos para demiti-lo, mas alguns trechos ambíguos do seu discurso dão razão àqueles que acham que o presidente não está totalmente satisfeito com o trabalho de Felipão. “Eu acho que ainda é positivo o custo benefício”, declarou para a Rádio Bandeirantes. “Quero saber se ele tem motivação”, afirmou em outro trecho da entrevista.
NOMEAÇÃO DE DIRETORIA
O presidente do Palmeiras ainda não conseguiu nomear toda a sua diretoria, quase cinco meses depois de assumir a gestão do clube. O motivo da hesitação é que Tirone não acha nomes que sejam de consenso das diferentes alas. Alguns conselheiros atuam como diretores informais e se irritam por não serem anunciados oficialmente. Mais uma vez o desejo de agradar a maioria faz com que ele tenha dificuldades de dividir tarefas e acabe acumulando algumas delas, como a área de marketing, por exemplo.
RELAÇÃO COM FRIZZO
O vice-presidente de futebol do Palmeiras, Roberto Frizzo, enfrenta muita resistência nos bastidores do clube. Alguns conselheiros pressionam Tirone a ‘enquadrá-lo’, mas o mandatário hesita em tomar essa atitude. Ele dá entrevistas dizendo confiar no trabalho do diretor, apesar de algumas vezes entrar em rota de colisão com ele. Ao mesmo tempo, o presidente diz que Frizzo tem personalidade muito forte.
SÉRGIO DO PRADO
O gerente administrativo do Palmeiras causou revolta nos conselheiros do clube ao restringir o acesso deles às dependências do CT palestrino. Isso, somado ao episódio em que ele foi responsabilizado por apertar o cerco aos atletas na balada, fez com que uma ala do conselho organizasse um abaixo assinado para tirá-lo do cargo. Frizzo o bancou, e Tirone não se posicionou.