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Fifa pede provas a acusadores de escândalo de suborno que envolve Teixeira

Teixeira foi acusado de envolvimento em escândalo de suborno em escolha de sede das futuras Copas - Flávio Florido/UOL
Teixeira foi acusado de envolvimento em escândalo de suborno em escolha de sede das futuras Copas Imagem: Flávio Florido/UOL

Das agências internacionais

Em Zurique (Suíça)

11/05/2011 12h00

Nesta quarta-feira, a Fifa pediu à Federação Inglesa (FA) para que lhe envie evidências a respeito das acusações feitas pelo lorde David Triesman. O ex-presidente da FA afirmou que membros do comitê executivo da Fifa teriam pedido suborno para apoiar a candidatura inglesa para sediar a Copa do Mundo-2018. Entre eles, estaria Ricardo Teixeira, presidente da CBF.

Nesta terça-feira, Triesman disse que, além de Teixeira, três dirigentes também tentaram vender seus votos: Jack Warner (presidente da Concacaf), Nicolás Leoz (presidente da Conmebol) e Worawi Makudi (presidente da Federação Tailandesa). Todos são integrantes do comitê executivo da Fifa que escolheu as sedes das Copas de 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar).

Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, enviou uma carta à Federação Inglesa, na qual pede à entidade para que repasse um “relatório completo referente às acusações” feitas por Triesman nesta terça, além de “toda a evidência documentária à disposição sobre estas afirmações.”

A REPERCUSSÃO DO ESCÂNDALO

Primeiramente, eu dei uma grande gargalhada, porque eles demoraram de dezembro (quando a sede da Copa do Mundo foi decidida) até agora para dizer isso. Nunca pedi a ninguém por nada"

Jack Warner, presidente da Concacaf Leia mais
"Esse senhor tenta compensar o fracasso dele com falsas acusações, que não são corroboradas com qualquer prova"

Nestor Benítez, porta-voz da Conmebol Leia mais
"Acreditamos que apresentamos uma candidatura impressionante e fizemos de uma maneira ética e apropriada."

Julia Gillard, primeira-ministra da Austrália Mais
"Vale ressaltar que o voto do presidente Ricardo Teixeira, e de todas as confederações da América do Sul, foi declarado com antecedência na candidatura da Espanha/Portugal, o que foi amplamente noticiado na imprensa à época"

CBF, em nota oficial Leia mais

Em comunicado oficial, a Fifa afirma que “Valcke expressa a extrema preocupação da Fifa e de seu presidente Joseph Blatter com as últimas alegações questionando a integridade de alguns membros do comitê executivo da entidade, relacionadas ao processo de escolha das sedes dos Mundiais de 2018 e 2022.”

Triesman fez as acusações durante seu depoimento na Casa dos Comuns do Parlamento britânico, como parte de um inquérito do comitê do departamento de Cultura, Mídia e Esporte do governo. O grupo pretende esclarecer os motivos pelos quais a Inglaterra não foi escolhida para sediar a Copa-2018.

Warner, um dos acusados, teria pedido mais de US$ 4 milhões para construir um centro educativo em Trinidad e Tobago. O presidente da Concacaf também teria pedido cerca de US$ 800 mil para poder adquirir os direitos de transmissão da Copa-2018. Ainda segundo Triesman, a compensação para Leoz seria uma condecoração como cavaleiro da ordem britânica.

Já Ricardo Teixeira, segundo o ex-presidente da FA, teria dito a ele: "Venha e me diga o que você tem para mim". Para Triesman, a declaração indicaria que o dirigente estava propenso a aceitar algo em troca de seu voto.

Jornal

A Fifa também quer explicações do jornal The Sunday Times. O diário britânico afirma que há casos de suborno no processo de escolha da sede da Copa-2022. A publicação alertou John Whittingdale, presidente da comissão que investiga as razões pelas quais a Inglaterra não sediará o Mundial.

O jornal alega ter provas de que o vice-presidente da Fifa, Issa Hayatou, de Camarões, e o presidente da federação da Costa do Marfim, Jacques Anouma, teriam recebido mais de US$ 1,5 milhão para que votassem no Qatar.

No ano passado, o The Sunday Times já havia publicado uma matéria na qual um de seus repórteres se passou por um representante de uma das candidaturas interessadas em sediar a Copa. Dois integrantes do comitê de ética da Fifa aceitaram suborno. Após o escândalo vir à tona, os dirigentes foram suspensos.