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Ministro afirma que Inglaterra pode se desvincular da Fifa, durante entrevista a rádio

DO UOL Esporte

Em São Paulo

11/05/2011 12h26

Depois da polêmica criada pelo ex-presidente da Associação Inglesa de Futebol, David Triesman, que revelou ter sido alvo de pedidos de propina por membros  de federações de futebol  (entre eles Ricardo Teixeira) em troca de apoio a candidatura da Inglaterra para sediar a Copa de 2018, o ministro do esporte britânico, Hugh Robertson, não descartou a possibilidade de se desfiliar da Fifa.

O político afirmou ser necessário mudanças no interior da entidade que comanda o futebol e que se isso não acontecesse, poderia sim, pensar na hipótese da Inglaterra deixar de ser membro. "Se a Fifa mostra ser incapaz de fazer isso, então eu diria que todas as opções são possíveis", revelou o ministro britânico durante entrevista à rádio BBC.

Joseph Blatter, presidente da Fifa, prometeu tomar medidas sérias caso alguma prova do que foi dito por Triesman seja apresentada.   No entanto, durante uma entrevista, afirmou que será muito difícil provar as denúncias feitas por Triesman, pois “se trataram de conversas informais”.

O ministro inglês pediu maior transparência à Fifa no que diz respeito a seus processos de licitação e cobra reformas, como as que foram feitas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), depois do escândalo que envolveu a escolha de Salt Lake City como cidade sede dos Jogos de Inverno de 2002.

Um dos mencionados por Triesman em suas denúncias, Jack Warner, presidente da Concacaf deu entrevista ao jornal Trinidad Newsday, onde disse que “riu pra caramba” com as acusações e afirmou poder “andar de cabeça erguida”.

Após as denúncias, a Austrália, que perdeu as eleições para sediar a copa de 2022 para o Qatar, já deu indicações de que pode reivindicar uma nova eleição. Jerome Valcke, secretário geral da Fifa, rebateu insistindo que os processos de votação para os mundiais de 2018 e 2022 foram realizados corretamente.

ENTENDA O ESCÂNDALO DOS JOGOS OLÍMPICOS DE INVERNO DE SALT LAKE CITY

Em 1998, o suíço Marc Hodler, membro da comissão executiva do COI, revelou ter recebido uma carta denúncia dizendo que diversos integrantes do comitê teriam recebido pagamentos para favorecer a cidade de Salt Lake City nas votações.Na ocasião, membros da organização do evento foram expulsos e muitos outros foram investigados. O presidente e o vice-presidente da comissão organizadora dos Jogos de Salt Lake City, Frank Joklik e Dave Johnson, pediram demissão. Augustin Arroyo do Equador, Jean-Claude Ganga da República do Congo, Zein El Abdin do Sudão, Lamine Keita do Mali, Charles Mukora do Quénia e Sérgio Santander do Chile foram expulsos do comitê.