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Renato Gaúcho promete ajudar Muller e usa exemplo negativo com jovens

Marinho Saldanha

Em Porto Alegre

21/05/2011 11h06

O ex-atacante Muller concedeu entrevista ao jornal Marca Brasil na última semana e revelou um drama. Mesmo com carreira sólida no futebol brasileiro, ele gastou seu dinheiro com luxos desnecessários e vive situação delicada. Renato Gaúcho, que foi colega de clube de Muller, promete ajudar o ex-companheiro, e usa seu exemplo com os mais jovens do Grêmio.

"Gastei com mulheres, com carros e etc. gastei com vaidades pessoais. Gastei dinheiro com amigos, entre aspas. Amigos de ocasião. Por eu ser uma pessoa generosa, muita gente se aproveitou mesmo de mim", admitiu Muller.

Renato Gaúcho, ciente do que houve com o ex-jogador, não vê novidade, pois ocorre com muitos que tiveram crescimento profissional rápido no futebol. Para evitar que os garotos do Grêmio acabem da mesma forma, o exemplo é levado para o vestiário do Olímpico.

"Eu digo para os mais jovens valorizarem o que tem. Jogam em grande clube, ganham bem, em dia, isso tem que ser valorizado porque não é para sempre. 95% dos jogadores de futebol não sabem fazer outra coisa, e a carreira é curta. Agora o dinheiro está entrando todo mês, mas um dia vai parar. Tem que pensar no futuro", explicou Renato.

O treinador do Grêmio mostrou uma mistura de tristeza e revolta ao falar de Muller. Ter perdido boa parte de seu patrimônio em supérfluos faz Renato Gaúcho oferecer ajuda ao ex-colega.

"Fico muito triste em ter que dar este exemplo para meus jogadores. Mas também é responsabilidade dos pais e dos procuradores. Não é só aparecer na hora de assinar os contratos, tem que orientar esses meninos. Vou ligar para o Muller domingo, e vou ajudar ele. Mas  quem garante que esses garotos vão ter quem os ajude no futuro?", disse Renato.

Segundo o comandante de campo do Grêmio, quando ele recebia seu salário de atleta, 50% era guardado, 30% era destinado para sua família e 20% somente era gasto pelo então ponta-direita. "Nessa hora surgem carros, namoradinhas, baladas, mas depois passa. Eu aconselho meus jogadores esperando que eles entendam, agora se não quiserem entender vão ter que arcar com as consequências depois", finalizou.