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Com base em alta, São Paulo projeta invasão no time de nomes compostos incomuns

UOL Esporte montou equipe com atletas do profissional e base tricolor - Arte UOL
UOL Esporte montou equipe com atletas do profissional e base tricolor Imagem: Arte UOL

Bruno Thadeu

Em São Paulo

14/06/2011 07h05

Rodrigo Caio domina a bola e vê Henrique Miranda avançando pela esquerda. O lateral recebe e cruza na cabeça de Rafael Rogério, que abre o placar. Na comemoração “bonde sem freio” na linha de fundo, o atacante faz coreografia com Leonardo Bruno, Paulo Marcelo e Lucas Vinícius. Essa narração irreal e recheada de nomes compostos, tortura para locutores esportivos, ilustra a política do São Paulo de “batismo” dos atletas da base.

Todos esses nomes citados são de atletas que estão ou que vieram das categorias inferiores do clube. O veto a apelidos no Morumbi fez com que o nome Henrique virasse uma espécie de “Silva”. O UOL Esporte criou um time apenas com nomes compostos incomuns, incluindo atletas da sub-15, sub-16, sub-17 e sub-20 do São Paulo.

Goleiro: Bruno Roberto (sub-15); laterais: Lucas Vinicius (sub-15) e Henrique Miranda, (profissional); zagueiros: Arthur Henrique (sub-17) e Gabriel Henrique (sub-15); meio-campo: Rodrigo Caio (profissional) Pedro Henrique (sub-17) e Leonardo Bruno (sub-15); atacantes: Douglas Henrique (sub-16), Rafael Rogério (sub-17) e Paulo Marcelo (sub-16).

Bruno Uvini, Henrique Miranda, Rodrigo Caio e Luiz Eduardo: nova geração

  • Rubens Chiri/site oficial do São Paulo

Quem chega à base do São Paulo perde automaticamente o apelido e passa a ser chamado pelo nome. Quarto goleiro do clube, Leonardo, por exemplo, um dia já foi “Madruga”. O apelido, inspirado no personagem do seriado Chaves, surgiu nos tempos como goleiro da base da Portuguesa de Desportos.

Estrela do time principal, Lucas até o início do ano passado era chamado de Marcelinho devido à semelhança com Marcelinho Carioca, ex-Corinthians. Edson Ramos deixou de ser Edson Ratinho.

A predominância de nomes compostos em vez de apelidos é uma forma de valorizar a imagem do atleta, entende o São Paulo. Rodrigo Caio, Luiz Eduardo, Bruno Uvini e Henrique Miranda são exemplos da nova safra tricolor de nomes compostos.

Em outros tempos, Kaká e Muller poderiam ter subido ao profissional do clube como os “promissores Ricardo Izecson e Luís Antonio”

“Não existe censura, tanto que Xandão e Fernandão tiveram os apelidos mantidos. Apenas entendemos ser importante que o atleta seja chamado pelo nome e sobrenome”, declarou Julio Casares, vice-presidente de Comunicações e Marketing do clube.

O pensamento do clube se alinha ao gosto do técnico Paulo César Carpegiani, que nos tempos de Corinthians, em 2007, tentou em vão que Dentinho fosse chamado de Bruno Bomfim. Mas o próprio atacante preferiu o apelido.