Edmundo é preso em flat da zona oeste de São Paulo e passa a noite na cadeia

Depois de uma denúncia anônima, o ex-jogador Edmundo foi preso na madrugada de quarta para quinta-feira em São Paulo, em um flat na Rua Amauri, na zona oeste. Ele era procurado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro desde terça, quando o juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo ordenou a prisão por conta de um acidente de carro na Lagoa Rodrigo de Freitas na madrugada de 2 de dezembro de 1995.

Ídolo de Vasco e Palmeiras, Edmundo foi levado para o 14º DP, no bairro paulistano de Pinheiros. Ele espera a transferência para o Rio. Os documentos chegaram aos policiais paulistas por volta das 4h30 da manhã . Ele faz exames no Instituto Médico Legal (IML) e volta ao DP para esperar a transferência para a capital fluminense. Caso seja colocado em um centro de detenção provisória, o ex-jogador ficará em cela comum. Ele declarou ter completado até a sexta série e não terá privilégios.

Durante toda a quarta-feira, Edmundo foi procurado e considerado foragido. A prisão aconteceu por volta das 0h30 da madrugada de quinta-feira. Ele estava sozinho no flat, e não resistiu. No trajeto até a delegacia, o ex-jogador tentou falar com o seu advogado por telefone, mas não conseguiu.

Edmundo já havia sido condenado a quatro anos e meio de prisão em 1999, em regime semi-aberto, mas ainda respondia em liberdade. A batida de carro resultou nas mortes de Joana Maria Martins Couto, Carlos Frederico Britis Tinoco e Alessandra Cristini Pericier Perrota. Ainda ficaram feridas Roberta Rodrigues de Barros Campos, Débora Ferreira da Silva e Natascha Marinho Ketzer.

Na noite do acidente, Edmundo estava em seu carro com mais quatro amigas antes de bater no Uno. Uma das companheiras do ex-atleta morreu na tragédia (Joana), assim como dois dos passageiros do outro veículo (Carlos e Alessandra).

A polícia concluiu que Edmundo estava dirigindo em alta velocidade no momento da batida, e o jogador foi acusado de triplo homicídio culposo. O atleta chegou a alegar que havia sido fechado pelo Uno, mas foi condenado mesmo assim.

Os advogados do “Animal” acreditavam durante toda a quarta que conseguiriam um habeas corpus antes que o ex-jogador fosse detido.

O delegado Eduardo Castanheira afirmou que o ex-jogador não está em cela, mas em uma sala ao fundo do 14º DP, em Pinheiros. Edmundo será transferido para uma das quatro celas do local nas próximas horas e ainda nesta quinta-feira já deve ser transferido para o Rio de Janeiro, já que ele é um preso da Justiça do Rio. Quem deve buscar o ex-atleta é a Polinter do Rio, mas ainda não se sabe se ele será transportado em avião ou viatura.

O ex-jogador ainda não foi para uma cela por estar passando pelos tramites legais, com a assinatura de documentos do mandado de prisão. A cela para a qual ele será levado não tem nenhum outro preso, já que o local é apenas trânsito para o Centro de Detenção Provisória (CDP).

Embora seja prevista para hoje a transferência do ex-jogador, não existe um prazo para isso acontecer. Se atrasarem demais e os advogados conseguirem um contra-mandado, Edmundo pode sair da prisão, embora isso seja difícil de ocorrer. Caso ele não seja transferido para o Rio, deverá ser levado a um CDP e passar a noite desta quinta-feira na cadeia.

Edmundo chegou ao Distrito Policial por volta de 1h da madrugada desta quinta-feira e não dormiu. Segundo o delegado, ele está cabisbaixo, quieto, mas resignado, pois esperava que seria pego e não teria como se esconder. No momento da prisão, os policiais tocaram a campainha do flat, ele atendeu bem calmo, não se mostrou muito surpreso e no momento em que foi efetuada a prisão o delegado lhe autorizou para se comunicar com os familiares e advogados, além de tomar banho e trocar de roupas antes da ida à delegacia.

O ex-jogador não recebeu nenhuma visita de seus familiares, que estão no Rio de Janeiro e apenas um advogado do grupo de advocacia que trabalha para ele compareceu ao DP. Desconhecido de Edmundo, o advogado levou água e chocolate para o ex-atleta. O delegado afirmou que ele não estava fugindo, uma vez que o local onde foi preso é de sua propriedade.

“O flat é dele, então ele não estava fugindo. Ele costuma ficar lá quando está trabalhando em São Paulo", explicou o delegado.

* Atualizado às 8h07