Alvos de protestos, reforços contratados em 2011 custam a se firmar no Atlético-MG
A diretoria do Atlético-MG anunciou, até agora, a contratação de 18 reforços para a atual temporada. Muitos desses contratados, no entanto, ainda não conseguiram se firmar como titular da equipe atleticana e poucos caíram no agrado do torcedor, virando alvo principal nos recentes protestos da torcida alvinegra.
REFORÇOS EM SITUAÇÕES DIFERENTES
Richarlyson e Patric já foram criticados duramente por torcedores, Leonardo Silva (ao fundo) é poupado
Na quinta-feira da semana passada, cerca de 50 torcedores atleticanos jogaram pipoca e moedas de cinco centavos sobre jogadores e integrantes da comissão técnica que desembarcavam no Aeroporto Tancredo Neves, em Confins, vindo de Fortaleza, após a derrota para o Ceará, por 3 a 0, a terceira seguida do alvinegro mineiro. Os principais alvos dos torcedores, na ocasião, foram alguns dos principais reforços contratados em 2011.
O volante Richarlyson e os atacantes Magno Alves e Guilherme foram os mais criticados. O ex-jogador do São Paulo mostrou-se insatisfeito com as cobranças da torcida e tentou brigar com um torcedor, sendo contido por um policial Militar. Segundo a versão do Atlético-MG, divulgada pelo diretor de futebol, Eduardo Maluf, o volante apenas defendeu-se de uma agressão do torcedor, que teria empurrado o atleta.
A insatisfação da torcida atleticana com o seu time e, em especial com jogadores contratados este ano, não teve seu primeiro capítulo no Aeroporto de Confins, depois que o Atlético-MG chegou a seis jogos seguidos sem vitória e três derrotas consecutivas, marcas essas quebradas no último domingo, com o triunfo sobre o América-MG, por 2 a 0.
Em vários jogos disputados pelo time atleticano em Sete Lagoas, a Arena do Jacaré se transformou em palco do descontentamento dos torcedores, que cobraram com vaias e xingamentos alguns dos principais investimentos da diretoria do clube para a atual temporada.
O primeiro a conviver com este problema foi o lateral-direito Patric, que já teve passagem pelo Cruzeiro e que disputou o Brasileiro de 2010 pelo Avaí. Sem cair nas graças do torcedor, o jogador foi seguidamente vaiado pela torcida. Ele chegou a desabafar e a pedir silencio, ao marcar um dos gols na vitória sobre o América-MG, por 3 a 1, pela semifinal do Campeonato Mineiro.
REFORÇOS DO ATLÉTICO-MG EM 2011
POSIÇÕES | JOGADORES |
GOLEIROS | Giovanni e Lee (**) |
LATERAIS | Patric e Guilherme Santos |
ZAGUEIROS | Leonardo Silva e Luiz Eduardo (**) |
VOLANTES | Dudu Cearense, Gilberto, Toró e Richarlyson |
MEIAS | Mancini, Wesley e Caio |
ATACANTES | Guilherme, Marquinhos Cambalhota, Magno Alves, Jonatas Obina e Jóbson (*) |
* Foi para o Bahia | ** Ainda não estrearam |
Outro lateral contratado no início do ano, Guilherme Santos conquistou a condição de titular na reta final do Campeonato Mineiro, parecendo que preencheria a lacuna na posição. Porém, depois de se contundir e ficar fora dos quatro primeiros jogos do Campeonato Brasileiro, ele teve atuações fracas nas derrotas para Flamengo e Internacional, por 4 a 1 e 4 a 0, cometendo falhas em lances de gols dos adversários.
Na goleada sofrida para o Internacional, em Sete Lagoas, Guilherme Santos foi expulso na reta final do jogo. Ao sair do gramado da Arena do Jacaré, o jogador fez gestos obscenos para torcedores que o vaiavam. De acordo com o lateral-esquerdo, o fato ocorreu por ter sofrido uma manifestação racista de dois torcedores, que o chamaram de ‘macaco’.
Richarlyson foi um dos 18 atletas contratados que mais vezes atuou pelo Atlético, apesar de ter convivido com seguidas lesões desde a sua chegada, no início do ano. Diante do Santos, o jogador desfalcará o Atlético pela terceira vez nas dez primeiras rodadas do Brasileirão, dessa vez por suspensão pelo terceiro amarelo. O volante já lesionou o ligamento colateral medial do joelho esquerdo durante o empate com o Bahia, por 1 a 1, em Salvador. Na sequência, ele desfalcou o Atlético no empate com o Atlético-GO, por 2 a 2, e na derrota para o Flamengo, por 4 a 1.
O volante Dudu Cearense, contratado em abril, junto ao Panathinaikos, da Grécia, vem sofrendo com a falta de ritmo e na readaptação ao futebol brasileiro. O jogador atuou em apenas cinco jogos, sendo titular somente em dois, quando não teve boa atuação, diante de Flamengo e Internacional.
“Torcedor não tem calma, não vem aqui no dia a dia, não vê treinamento, gostaria que viesse aqui e visse o que a gente está fazendo, o que está passando. A minha readaptação tem sido complicada, tenho sofrido, mas estou batalhando, estou me cobrando muito, me cobro muito, mas vou chegar no nível, tranquilamente. Sem nenhum problema, vou render o esperado”, disse Dudu Cearense sobre as críticas que vem recebendo.
Dudu Cearense e Toró (de colete) são dois dos reforços contratados nesta temporada que ainda tentam se firmar no Atlético-MG sob o comando do técnico Dorival Júnior (ao fundo na foto)
Contratados como grandes reforços para 2011, o meia-atacante Mancini e o atacante Guilherme também convivem com a desconfiança do torcedor alvinegro. O primeiro, que voltou a vestir a camisa do Atlético, não se firmou como titular e nas duas últimas partidas ficou fora até mesmo da relação para o banco de reservas.
Presente de aniversário
Sem grandes apresentações, Mancini é um dos mais lembrados nas críticas do torcedor. Já o atacante Guilherme, anunciado no dia do aniversário de 103 anos do clube e um dos jogadores mais caros da história do Atlético, que pagou cerca de R$ 14 milhões, vem convivendo com lesões em seu início do Brasileirão.
Depois de ter sido titular nos dois primeiros jogos do Brasileirão, quando o Atlético venceu, Guilherme sofreu uma lesão muscular, desfalcando o time. De volta diante do Atlético-GO, quando marcou seu único gol, ao entrar no segundo tempo, no empate em 2 a 2, o jogador passou em branco nos jogos seguintes, voltando a se contundir diante do Ceará. Ele disputou até agora seis partidas com a camisa atleticana.
Leonardo Silva e Jônatas Obina são exceções e viram 'xodós' da torcida
O diretor de futebol do Atlético, Eduardo Maluf, diz preferir fazer uma análise mais detalhada sobre os 18 reforços no final da temporada, mas reconhece que em alguns casos houve erro de avaliação. “Estamos avaliando um momento ruim numa competição que tem 20% dos jogos. Quero responder para vocês no final do ano”, ressaltou.
“Que nós erramos em algumas contratações, acredito que sim. Não vamos acertar em todas. Agora, eu quero chegar lá na frente e falar que nós erramos menos e acertamos mais. Essa é a minha função”, enfatizou o dirigente atleticano.
“Sempre que vocês me perguntam sobre jogador para buscar no aeroporto, eu falo que não quero jogador de aeroporto, quero jogador que entre e jogue. Esse é o jogador que deu certo. A responsabilidade pela escolha do elenco é minha, do presidente Alexandre Kalil e do Dorival”, acrescentou Eduardo Maluf.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.