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Especialistas, Djalminha e Evair condenam desequilíbrio brasileiro nos pênaltis

Evair converte pênalti histórico na decisão do Paulista de 93: Palmeiras x Corinthians - Folha Imagem/Arquivo
Evair converte pênalti histórico na decisão do Paulista de 93: Palmeiras x Corinthians Imagem: Folha Imagem/Arquivo

Bruno Freitas

Em São Paulo

18/07/2011 12h50

Quatro cobranças desperdiçadas na decisão contra o Paraguai nas quartas de final da Copa América reativaram no Brasil a discussão sobre a capacidade do jogador do país na execução de disparos em pênaltis. Um dia após a eliminação da seleção, o UOL Esporte ouviu dois conhecidos especialistas do fundamento para tentar diagnosticar as razões do fracasso dos homens de Mano Menezes na linha dos 11 metros. 

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    Ex-jogador Djalminha inova ao bater pênalti de calcanhar em partida de showbol pelo Flamengo

Na avaliação de Djalminha e Evair, dois célebres batedores de pênalti do futebol nacional, os quatro jogadores da seleção que falharam diante do goleiro paraguaio Justo Villar (Elano, Thiago Silva, André Santos e Fred) pecaram no quesito tranquilidade.

"Eu sempre digo que pênalti é mais do que treinar. É a tranquilidade momento, a confiança no momento. Você pode ser um ótimo batedor, mas se não está com confiança, tranquilo, complica", comentou Djalminha, famoso pela cobrança da "cavadinha" nos anos 90.

"É mais o lado emocional (em uma hora como essa). Fisicamente, o esforço físico é muito curto. Se você conseguir respirar por dez ou vinte segundos, já se recuperou fisicamente. É o suficiente para bater um tiro de 11 metros Não dá para bater um pênalti daquela maneira. Achei que faltou concentração", afirmou Evair.

Djalminha e Evair ainda minimizaram o impacto do campo do estádio de La Plata no fracasso final da seleção nas penalidades. Em La Plata, o mau estado do gramado foi apontado como umas principais razões do insucesso nas cobranças.

"Não posso dizer que o campo não tenha atrapalhado um pouco, mas não justifica", disse Djalminha. "Por mais que o campo estivesse ruim, todos foram muito mal batidos", endossa Evair.

Adepto da "cavadinha" no estilo Zidane e Loco Abreu, Djalminha afirma que em uma decisão por pênaltis o disparo alto no meio do gol é a opção mais adequada, com base no comportamento padrão dos goleiros.

"No meio do gol, se você bater alto, a chance de perder é nula. Você vê que todos os goleiros pularam. Quem bateu no meio fez, cerca de 80% a 90% vão entrar. Se você bater no canto, pode até bater bem, mas se o goleiro sai bem, pode pegar", diz o ex-jogador de Flamengo, Guarani e Palmeiras.

Questionados a respeito de quem são os melhores batedores de pênalti em atividade no futebol brasileiro, a dupla de especialistas concorda em apontar o zagueiro Chicão, do Corinthians. Evair ainda destaca o palmeirense Marcos Assunção, enquanto que Djalminha menciona o aproveitamento regular do flamenguista Ronaldinho Gaúcho.

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