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Repasse de verba da CBF no Maranhão será investigado; entidade nega irregularidade

Ricardo Teixeira concede entrevista coletiva durante evento da Fifa no Rio de Janeiro (29/07/2011) - AP Photo/Felipe Dana
Ricardo Teixeira concede entrevista coletiva durante evento da Fifa no Rio de Janeiro (29/07/2011) Imagem: AP Photo/Felipe Dana

Roberto Pereira de Souza

Em São Paulo

05/08/2011 17h54

O Ministério Público do Maranhão abriu inquérito nesta semana para investigar problemas no repasse de verbas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a Federação Maranhense de Futebol (FMF). O problema é uma diferença de R$ 80 mil entre lançamentos apresentados no balanço da FMF. O assessor de  Imprensa da CBF disse nesta sexta-feira que a entidade já enviou à Justiça do Maranhão informações sobre os repasses.

A promotora Lítia Cavalcante, de São Luis, abriu um inquérito para investigar os motivos que levaram o presidente da federação local, Carlos Alberto Ferreira, a publicar no mesmo balanço, referente ao ano de 2010, dados contraditórios sobre os repasses da confederação. Como há uma diferença entre os lançamentos, Cavalcante solicitou recibos em papel junto à contabilidade da CBF.

A entidade, no entanto, só trabalha com remessa digital e, por isso, não disponibiliza recibos em papel. Isso irritou a promotora, que ameaçca enquadrar a entidade dirigida por Ricardo Teixeira no crime de desobediência.

O balanço financeiro da federação maranhense traz duas informações sobre as doações efetuadas pela CBF: a primeira mostra que a entidade maranhense teria recebido entre 01/01/2010 e 31/12/2010 o equivalente a R$ 240 mil. Na página seguinte, o valor da doação aparece como sendo de R$ 320 mil.

 Para o assessor Rodrigo Paiva, todos os documentos necessários foram enviados à  Justiça do Maranhão.

“Ao que parece, a Justiça está investigando o presidente da federação local. Nossos repasses são feitos por meio eletrônico. Já enviamos isso à promotora. O site da CBF também traz o balanço da Federação Maranhense. Isso nada tem a ver com a CBF, tem a ver com a federação maranhense. Não há desobediência, só temos registros de depósitos digitais, feitos pela internet”, explicou o assessor, após uma conversa com o advogado da CBF, Carlos Eugênio Lopes.

A promotora maranhense chegou a pedir à CBF os recibos em papel dos repasses feitos à federação maranhense. O inquérito policial contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o seu colega maranhense, Carlos Alberto Ferreira, teria sido enviado à Delegacia de Investigações Especiais e Criminais, com objetivo de apurar se houve crime de desobediência no atendimento a Justiça do Maranhão.