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Fred, do Flu, chama torcedores de 'marginais'; veja outros atletas que sofreram com a torcida

Do UOL Esporte

Em São Paulo

06/08/2011 18h40

Fred não é o primeiro e provavelmente nem será o último jogador a passar maus bocados com a torcida do próprio clube. Depois de ter sido perseguido por membros de uma organizada na noite carioca ao ser flagrado em um bar, o atacante do Fluminense achou melhor se prevenir e afirmou que não entra mais em campo enquanto não se sentir seguro para tal.

A redação do UOL Esporte relembra outros casamentos entre jogador e torcida que acabaram se transformando em casos de polícia. Coincidência ou não, três dos sete casos levantados ocorreram com jogadores do Fluminense. Confira abaixo:

Fred

Acusado pelos torcedores de uma vida desregrada fora dos campos, o atacante foi ameaçado por integrantes da principal torcida organizada na porta de sua casa, no último domingo. Inconformados, os tricolores cobraram uma postura mais profissional do camisa 9 e de outros companheiros. Na madrugada de quarta-feira, nova polêmica entre o atacante e torcida. Enquanto se reunia com amigos em um bar na zona sul da cidade, Fred avistou os mesmos elementos e decidiu deixar o local, arrancando com o carro e dando início a uma verdadeira perseguição. No dia seguinte, alegando 'falta de condições psicológicas', Fred pediu dispensa e não entrou mais em campo desde então.

Romário

Em 2003, quando jogava pelo Fluminense, o Baixinho se envolveu em confusão. Os torcedores foram as Laranjeiras para protestar contra a má fase que o Tricolor estava passando. Além dos já famosos gritos de "pipoqueiros", os manifestantes resolveram jogar seis galinhas vivas no gramado em meio ao treino. Romário não gostou nada, deixou o campo, mudou de roupa, subiu em direção a arquibancada e agrediu o torcedor Ricardo Gomes, membro de uma organizada. Outros jogadores e até mesmo o técnico Renato Gaúcho se envolveram na confusão para acalmar os ânimos.

Vágner Love

Revoltados com a queda de rendimento da equipe na reta final do Brasileirão-2009, torcedores do Palmeiras agrediram o atacante Vágner Love em uma agência bancária perto da sede do clube. A confusão aconteceu enquanto Marcos estacionava seu carro na agência bancária e Vágner Love entrava. Três torcedores desceram de um outro veículo e foram para cima do atacante, xingando e agredindo o jogador, que teve sua camisa rasgada. A polícia chegou rapidamente e prendeu os três, levando os detidos para o 23.º Departamento de Polícia (DP), em Perdizes. O atacante tratou de se transferir para o Flamengo pouco tempo depois.

Edilson

Após a eliminação corintiana na Libertadores em 2000 diante do Palmeiras, a revolta da torcida caiu sobre os jogadores. Durante um treinamento, torcedores uniforizados cercaram os jogadores e tentaram agredir Edilson, que resolveu terminar sua passagem vitoriosa pelo clube em decorrência do fato. Foram dois títulos brasileiros, um paulista e o Mundial de Clubes, em 2000. A "vingança" veio dentro de campo cinco anos depois, quando em um São Caetano x Corinthians o Capetinha colocou duas vezes a bola entre as pernas de Mascherano, reforço de peso do alvinegro ao lado de Carlitos Tevez.

Emerson Leão

Velhas rusgas jamais são esquecidas, pelo menos por um grupo de cerca de dez torcedores do Santos que, em setembro de 2008, agrediram o técnico Emerson Leão, que foi à Vila Belmiro cobrar uma dívida de R$ 700 mil. Leão também teve seu carro avariado e sua agenda roubada pelos torcedores. De acordo com o técnico, a agressão teria sido premeditada por um ex-segurança do clube, que foi demitido justamente por sua ordem. A agressão foi registrada pelas câmeras. No começo daquele ano, o técnico foi hostilizado por torcedores que pediam sua cabeça no clube. Para Leão, a razão era simples: sua recusa em ajudar financeiramente uma torcida organizada.

Diguinho

Em 2009, cerca de 30 integrantes de uma facção organizada do Fluminense invadiram o treino da equipe, nas Laranjeiras. A atividade mal havia começado quando os torcedores entraram no gramado e partiram para cima dos jogadores. Na confusão, Diguinho levou um soco no estômago. O volante teria sido agredido por ter respondido de forma pouco elegante a uma pergunta do chefe da facção, que indagou por que Diguinho estava indo sempre a uma boate conhecida da Zona Sul. "Pô, chega de Baronetti, né? Todo dia lá é f...", disse o agressor. "Ah, não enche. O dinheiro é meu ou seu?", teria respondido o jogador. Antes que a situação piorasse, seguranças deram dois tiros para o alto.

Héverton

Também em 2009, quatro torcedores armados, mais um senhor, que segundo o técnico Renê Simões parecia ser o "chefe" do bando, invadiram os vestiários do Canindé para pressionar os jogadores. Os mais questionados foram os atacantes Christian, Edno e Héverton. Não se sabe como os torcedores adentraram os vestiários. Só depois de muito tempo a polícia chegou para apaziguar os ânimos. Renê Simões decidiu deixar o comando técnico do clube. Curiosamente, o mesmo Héverton, que passou maus bocados em 2009, voltou a ter um conflito com a torcida neste ano após a derrota para o São Paulo no Paulistão. Ele chegou a trocar agressões com os torcedores e o tumulto foi dispersado pela PM.