Livro traz curiosidades de escudos com Pato Donald, Timão argelino e anarquia de estrelas
O escudo pode expor para o observador mais atento muito a respeito da identidade de um clube de futebol. É inspirado na riqueza de informação escondida em traços e cores deles que a editora Panda Books manda ao mercado no fim de agosto o livro "Os distintivos de futebol mais curiosos do mundo", trabalho assinado pelos jornalistas Luiz Fernando Bindi e José Renato Santiago Jr.
Santiago Jr. assumiu na metade o minucioso trabalho de "garimpo" do amigo Bindi, morto precocemente aos 35 anos em 2008. A missão era se debruçar na análise de escudos de todo o mundo para levantar histórias sobre história, política e cultura cravadas em detalhes visuais destes distintivos. O pesquisador então se apaixonou pela heráldica (a arte de estudo dos brasões) e encontrou um mundo rico de significados fora do Brasil e um festival de repetições nas criações nacionais.
"Os escudos dos times estrangeiros apresentam mais simbolismo. Cada cor, cada símbolo, cada traço tem um significado. Aqui o Brasil é muito pobre com relação a isso. Os escudos se repetem muito, formato, cores. Aqui mais se copiam distintivos de outros. Existem muitos iguais entre si. O São Paulo, por exemplo, tem três ou quatro variações do escudo", diz Santiago Jr, fã dos escudos do Benfica (internacional) e Juventus da Mooca (nacional).
Veja abaixo uma modesta seleção de curiosidades do livro, que reúne a vastidão de mais de 400 histórias envolvendo escudos de futebol de todo o planeta:
CONHEÇA O TIMÃO ARGELINO
Hussein-Dey (Argélia): A equipe que homenageia em seu nome o último governador otomano e que revelou o atacante Madjer usou durante alguns anos um escudo inspirado no Corinthians, com uma bola no lugar da bandeira do Estado de São Paulo. |
CLUBE PARAIBANO USA PATO DONALD
Esporte Patos (Paraíba): No século 18, a família Oliveira Ledo criou algumas lagoas para tornar a terra que compraram na Paraíba agricultável. Nessas lagoas proliferavam patos, que deram origem ao nome da cidade. Bem mais tarde, na década de 50, os dissidentes do Botafogo de Patos fundaram o Esporte e adotaram o famoso personagem de Walt Disney como mascote presente no escudo. |
QUEM É O ÍNDIO DO COLO-COLO?
Colo-Colo (Chile): Para quem já perguntou que raios faz aquele índio no escudo do clube chileno, a resposta do livro é que os fundadores procuraram um representante dos mapuches para inspirar o time. Escolheu-se Colo-Colo, cacique que lutou contra a invasão dos espanhóis, morto em 1559 na batalha de Lomaco. |
DE MÁQUINA DE COSTURA AO PÃO DE AÇÚCAR
Ypiranga (Pernambuco): O desenho de uma máquina de costura na parte central do escudo denota a presença marcante da indústria têxtil na região de Santa Cruz do Capibaribe. | Pan de Azúcar (Panamá): Fundado em 74 na cidade de San Miguelito, o clube adotou o consagrado visual do Rio para se inspirar, com imagens do Cristo Redentor e Pão de Açúcar. |
CONCEITO PARA USAR ESTRELAS: CADA CLUBE TEM UM
Cada clube tem uma política diferente para acrescentar estrelas em seu escudo. O famoso Boca Juniors, por exemplo, costuma mudar o número de estrelas dentro do distintivo quase de ano a ano, motivado por conquistas esportivas de várias modalidades. Ainda pela Argentina, o Estudiantes nos últimos anos entupiu o símbolo com estrelas referentes a conquistas recentes. No Brasil, o São Paulo adotou estrelas para homenagear o bi olímpico de Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo. Já o Grêmio criou uma das suas estrelas em referência à presença de um de seus jogadores (Everaldo) no título mundial da seleção em 1970. O ASA de Arapiraca tem uma em menção a um título de um torneio interestadual entre Alagoas e Sergipe. |
OS GENÉRICOS: GALO PERUANO
Atlético Minero (Peru): No futebol brasileiro são conhecidos os casos de clubes homônimos de times famosos, não apenas no nome como no símbolo. Mas as equipes nacionais também inspiraram genéricos fora do país, como o Atlético do Peru. O símbolo lembra o do Galo, com uma gravura central que representa um mineiro, categoria que bancou o time da cidade de Casapalca. Mas ao invés do preto, usa o vermelho do cobre. |
HISTÓRIA: AVIADOR ARGENTINO E GÊMEOS ROMANOS HOMENAGEADOS
Huracán (ARG): O time de Buenos Aires homenageia Jorge Alejandro Newbery, pioneiro da aviação argentina, que em 1909 pilotou o primeiro balão aerostático do país, chamado exatamente de Huracán (furacão). Roma (ITA): Em seu escudo tem a imagem que representa a lenda da fundação da cidade - loba alimentando os irmãos gêmeos Rômulo e Remo. |
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