Reclamações e queda de rendimento após polêmica marcam jejum de Kleber

Kleber é o maior ídolo da história recente do Palmeiras. Mas não vem fazendo justo ao status que conquistou. O atacante passa por um jejum de gols que coincide com suas reclamações e a queda de rendimento desde que virou motivo de polêmica ao receber uma proposta do Flamengo.

Na derrota por 2 a 0 para o Vasco pela Copa Sul-Americana, quinta-feira, em São Januário, Kleber completou seu sexto jogo sem balançar as redes. E teve ao menos duas chances claras, ao dar uma cabeçada para fora e ao escorregar e perder o lance após receber um passe.

No intervalo e no fim do jogo, o Gladiador não admitiu que estava mal. Jogou a responsabilidade para cima dos companheiros e reclamou do setor de criação do time. “Não depende só de mim. A bola tem que chegar, se não chegar, não vou fazer”, disse.

“A bola nunca chegou fácil, fiz gols de pênaltis, gols em que fiz a jogada toda, já dei passe. Às vezes tem que jogar em função de um meia. Só vamos conseguir quando a bola chegar bem e tiver chances. Pelo que todo mundo está vendo, a bola não está chegando”, esbravejou.

Não foi a primeira vez que Kleber arrumou explicações para sua briga com as redes. Após o empate sem gols contra o Grêmio, no último sábado, pelo Brasileirão, ele reclamou do tamanho do campo do Canindé e disse que o time deveria jogar no Pacaembu por ser maior.

Felipão fez questão de respondê-lo. “Não adianta procurar chifre em cabeça de cavalo. No Pacaembu também não conseguiríamos o gol pela postura do Grêmio. Não tivemos capacidade. Pacaembu, Brinco de Ouro, não ia mudar nada”. Curiosamente, o time alviverde está invicto no estádio da Portuguesa em 2011 e vinha de oito triunfos seguidos no local até o duelo contra os gaúchos.

Fato é que Kleber não é o Gladiador de tempos atrás desde que uma grande polêmica se instalou no Palestra Itália iniciada por uma proposta do Flamengo. O atacante ficou fora contra Atlético-GO, América-MG e Santos e protagonizou uma verdadeira novela em meio a especulações de saída, brigas públicas com dirigentes e uma suposta simulação de lesão.

Depois de resolvido o impasse, esteve em campo em seis oportunidades e não marcou gols. A última vez que pôde sair para comemorar foi em 19 de junho, na goleada por 5 a 0 sobre o Avaí. Nos últimos dois jogos em que o ataque alviverde mais funcionou ao fazer três gols contra Santos e Atlético-MG, curiosamente o atleta ficou fora.

As estatísticas mostram a queda de rendimento de um dos maiores atacantes do futebol brasileiro. Ele não aparece entre os maiores finalizações do Brasileirão e perde para Marcos Assunção e até Valdivia no quesito. É também o 20º atleta do torneio que mais aparece em posição de impedimento e é o terceiro que mais perde a bola. Além disso, tem três gols na lista de artilheira, seis a menos que o líder Ronaldinho Gaúcho.