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São Paulo sofre para 'domar' joias da sub-20, valorizadas após título mundial

Henrique e Casemiro ficaram muito valorizados após a disputa do Mundial sub-20 - Montagem UOL com fotos de Gonzalo Alfaro/EFE e Mowa Press/Divulgação
Henrique e Casemiro ficaram muito valorizados após a disputa do Mundial sub-20 Imagem: Montagem UOL com fotos de Gonzalo Alfaro/EFE e Mowa Press/Divulgação

Renan Prates

Em São Paulo

23/08/2011 07h00

Costumeiramente austero em sua política de gastos e salários dos seus atletas, o São Paulo está sofrendo para ‘domar’ o ímpeto das joias que foram campeãs mundiais sub-20. O problema é que eles se sentem no direito de pedir uma valorização contratual, pela vitrine adquirida após a conquista.

BRUNO UVINI QUER SER FIRMAR NO SP

  • AFP Photo/Vanderlei Almeida

    Capitão do time que foi campeão do Mundial, o zagueiro Bruno Uvini admitiu que também gostaria de ser valorizado, mas não colocou isso como empecilho. Na visão do jogador, a meta agora é se firmar no atual elenco do São Paulo.

    “O Mundial ficou para trás, agora tenho que provar a cada dia no São Paulo de novo. Acredito que a valorização vem do trabalho que é demonstrado”

    Assim como Bruno Uvini, Willian José também deseja fincar o seu espaço no time do técnico Adilson Batista e acha que primeiro tem que ter uma trajetória no clube antes de ir para a Europa.

O volante Casemiro e o atacante Henrique foram os primeiros a pedir a valorização. Casemiro até declarou antes do Mundial que merecia receber mais. Já Henrique engrossou o mesmo discurso após o término da competição, respaldado pelo fato de ter sido o artilheiro e o melhor jogador.

Ao mesmo tempo em que busca uma solução, a diretoria do São Paulo reage para tentar não ser intimidada pelos empresários destes jogadores. O agente de Casemiro, Julio Fressatto, se tornou ‘persona non grata’ nos corredores do clube, o mesmo rótulo que Giuliano Bertolucci, que representa Henrique, já possuiu.

Temerosa que um aumento muito alto com o contrato ainda vigente possa gerar um ‘efeito cascata’ de pedidos de outros jogadores do elenco, a diretoria do São Paulo disputa uma queda de braço com os empresários de Henrique e Casemiro, pois também não pretende se desfazer dos atletas.

O São Paulo possui um histórico de perdas de jogadores da base que deixa os dirigentes em alerta. O caso mais emblemático foi o do meia-atacante Oscar, autor de três gols na final do Mundial sub-20, que conseguiu se transferir para o Inter após ganhar do clube paulista em primeira instância (o caso ainda não foi encerrado).

Nos casos do meia Lucas Piazon e do lateral esquerdo Diogo, que também tentaram na Justiça forçar a liberação do São Paulo, o histórico foi positivo para o clube, que chegou a perder os jogadores, mas conseguiu reverter a decisão e fazer com que eles retornassem.

Das brigas jurídicas recentes, ficou uma lição: pagar os salários em dia, pois foi por este problema que o São Paulo perdeu Oscar. O aprendizado ficou nítido no discurso recente dos dirigentes tricolores. "O São Paulo segue rigorosamente a lei do nosso país, que nos respalda e diz que ele [Henrique] tem contrato até 2013. Além disso, paga as contas em dia”, falou o vice de futebol, João Paulo de Jesus Lopes.