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Contratado como solução para o meio, Cañete experimenta ostracismo e aguarda chance

Argentino chegou a ser apontado como o novo Riquelme na Argentina, mas não estreou - Luiz Pires/VIPCOMM
Argentino chegou a ser apontado como o novo Riquelme na Argentina, mas não estreou Imagem: Luiz Pires/VIPCOMM

Fernando Faro

Em São Paulo

26/08/2011 07h01

Marcelo Cañete vive uma situação curiosa desde que chegou ao São Paulo. Apontado como a solução para a falta de criatividade no meio-campo, o argentino ainda não teve nenhuma oportunidade e parece longe dos planos de Adilson Batista.

Até o momento, o jogador aparece em terceiro lugar para ocupar uma vaga no meio. Rivaldo e Cícero são os preferidos do treinador. Quando Luis Fabiano estiver à disposição, Lucas também entrará na briga.

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Mesmo sem ter visto o argentino em ação, a torcida já ensaia gritos pedindo sua entrada em momentos de adversidade da equipe, como no empate contra o América-MG pelo Brasileirão e no primeiro tempo da vitória sobre o Ceará, na Copa Sul-Americana.

O assunto já causa algum desconforto a Adilson. Questionado sobre o motivo do não aproveitamento do meia, que custou três milhões de dólares aos cofres do clube, o técnico explica que o jogador ainda não está em boas condições físicas.

“Respeito todo atleta independentemente do país, mas não vou colocar o atleta em função de grito, tenho que fazer a leitura de jogo. Daqui a pouco ele terá a oportunidade dele, mas tenho de vivenciar o jogo e observar o que acredito ser melhor”, afirmou.

Cañete chegou ao São Paulo com uma lesão no púbis que o deixou parado e em condições físicas abaixo do restante do grupo. Em jogo treino realizado na última quinta-feira, o meia fez o único gol da atividade e mostrou que pode ser útil. Na primeira etapa, com Rivaldo ao seu lado, ficou mais tímido, mas evoluiu no segundo tempo e ditou o ritmo da equipe com bons passes e visão de jogo.

O que ficou claro também foi sua falta de mobilidade, sinal da falta de ritmo de jogo. Sem dominar o português, Cañete também aparentou certa timidez em alguns momentos, falando pouco com os companheiros.

Para Cícero, um dos mais próximos do argentino, ele irá ganhar confiança com o tempo e deverá se soltar à medida que for atuando com mais frequência.

“Ele teve pouco tempo para treinar, mas já deu para ver que tem muita qualidade e está esperando a chance dele. Eu e o Marlos somos os que mais conversam com ele e sei que ele está tranquilo, está vindo de contusão, mas na hora que precisarmos, ele vai dar conta do recado”, elogiou.

A expectativa é que a curiosidade seja saciada logo e Cañete enfim seja visto atuando pelo São Paulo. Enquanto isso, permanece viva a dúvida sobre suas reais condições de jogo e capacidade de contribuir para a equipe.