Crítica de Felipão causa revolta, estremece base e provoca blindagem de jovens
As duras críticas feitas por Luiz Felipe Scolari aos jogadores formados no clube estremeceram as categorias de base do Palmeiras. Os dirigentes do departamento amador ficaram bastante irritados com as declarações e estão preocupados com a repercussão entre os jovens jogadores.
FELIPÃO: "NÃO TEM ATLETA BOM NA BASE"
Luiz Felipe Scolari é criticado por não dar chance aos jovens formados no clube. Nesta sexta-feira, ele se defendeu das acusações e detonou as categorias de base dizendo que não há jogadores bons que possam ser aproveitados no profissional.
Também tiveram que se defender. Dizem que o técnico desconhece o dia a dia e sua comissão não acompanha de perto o trabalho realizado e o desempenho dos jogadores. O staff do comandante nunca assistiu a um jogo e apenas telefona ocasionalmente pedindo informações, o que é geralmente feito pelo coordenador técnico Galeano.
O coordenador da base Claudinei Muza ainda tenta digerir o golpe e demonstrou um misto de chateação e surpresa. Para ele, o técnico expôs todas as pessoas que trabalham no setor e as declarações soaram estranhas pelo bom tratamento que Felipão sempre destinou a eles.
“Achei estranho ele revelar essa insatisfação. Nunca houve qualquer problema. Sempre nos tratou com muito respeito, sempre foi muito receptivo. O ser humano prefere ser elogiado, ninguém está ali para ser criticado, então ninguém recebeu com alegria. Mas isso não vai interferir no trabalho. Só se for para motivar mais. Ninguém vai baixar a guarda”, disse.
A maior preocupação é com o impacto que uma declaração como essa pode causar na cabeça de um atleta em formação. Felipão é considerado um verdadeiro ídolo, mais que muitas estrelas do time, e o maior sonho de todos os jogadores é chegar ao profissional e trabalhar com o técnico pentacampeão mundial.
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Por isso, Muza pretende se reunir com todos eles e passar motivação e tranquilidade. O primeiro encontro será com a equipe sub-17 que entra em campo neste sábado.
“Amanhã, no momento da preleção, vou pedir a palavra e falar com os jogadores. Dizer que foi a declaração do técnico do principal, do chefe, mas não é por isso que eles vão abalar. Que é para continuarem tranquilos porque a oportunidade chega mais cedo ou mais tarde”, disse.
Apesar da convicção no trabalho, a diretoria admite que é preciso fazer uma reformulação. Segundo o diretor responsável pelas categorias Jair Russio, entre 20 e 25 jogadores têm contrato em vigor até o fim do ano e passarão por uma avaliação rígida para definir se haverá renovação.
“Têm atletas que estão jogando há muito tempo no clube, é preciso fazer uma reciclagem, o futebol é cíclico e precisa de mudança. Vamos buscar também novos atletas e captar talentos”, disse.
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