Rixas, poder, dinheiro: Disputa entre Felipão x Frizzo estremece a 'Famiglia Palmeiras'
Toda família tem seus conflitos, mas a chance de o clima esquentar é bem maior se o sangue for italiano. Como uma legítima famiglia, no Palmeiras o que não faltam são calorosas desavenças. A mais marcante é entre o técnico Luiz Felipe Scolari e o vice de futebol Roberto Frizzo que trocam indiretas, disputam poder e divergem por causa de dinheiro e outros assuntos ligados ao clube.
Os dois homens mais poderosos e influentes do Palmeiras, chegam a ofuscar o presidente Arnaldo Tirone, não são considerados inimigos. Mas a cada dia uma nova turbulência afeta a convivência profissional, como eles mesmos definem.
Com personalidades fortes e distintas, cada um usa suas armas e seus aliados para atingirem seus objetivos. Enquanto o treinador abusa de seu jeito explosivo e metralha usando a imprensa, Frizzo prefere pôr panos quentes e agir como um estrategista nos bastidores.
As turmas já estão definidas, com Tirone tentando se equilibrar no meio do fogo cruzado. O técnico conta com o apoio de sua comissão, representada pelo auxiliar Flávio Murtosa e pelo preparador de goleiros Carlos Pracidelli, além do coordenador técnico Galeano e do secretário Adilson Andrade, o Moeda. Do lado de Frizzo estão o gerente Sérgio do Prado, o advogado André Sica e o diretor da base Jair Russio.
PODER
Autonomia de Galeano Amigo de Felipão desde sua época de atleta, em 1997, Galeano é motivo de discussões. O técnico defende que o coordenador deve ganhar poderes mais amplos no futebol e ter autonomia para decidir sobre contratações. Para isso, já acionou o presidente. Do outro lado, Frizzo diz que o trabalho é harmonioso e que escuta as indicações do colega, mas a verdade é que não quer dividir o comando do futebol para se manter soberano. Leia mais |
'Fritura' de Sérgio do Prado Felipão tentou derrubar Sérgio do Prado, um dos maiores aliados de Frizzo. Galeano já havia brigado com o gerente antes mesmo de a contratação do pentacampeão se confirmar. Juntos, eles tentaram provocar sua demissão várias vezes fazendo a cabeça de Tirone, mas Frizzo manteve pulso firme para deixar o amigo intacto no cargo. Do Prado é acusado de agir como um 'espião' do vice de futebol e irrita o treinador por ter muitos poderes na Academia de Futebol. A assessoria de imprensa de Felipão, entretanto, afirma que o técnico salvou o emprego de Prado em duas oportunidades: quando Salvador Hugo Palaia assumiu a presidência e no início da gestão Tirone. |
RIXAS
Acerto com Carpegiani Em agosto deste ano, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou que o vice de futebol já teria acertado com Paulo César Carpegiani para substituir Felipão. No dia seguinte, o técnico divulgou um comunicado oficial e, sem citar nomes, criticou "uma determinada pessoa da direção que visa sua saída do clube". Frizzo precisou se explicar. Negou qualquer contato com o ex-técnico do São Paulo e acusou "ratazanas de esgoto" de tumultuarem o ambiente. Leia mais |
Amizade com torcida organizada O último motivo de polêmica foi a torcida. Felipão acredita que os protestos após o empate por 1 a 1 com o Avaí, em Florianópolis, foram secretamente orquestrados por causa da proximidade de Frizzo com a Mancha Verde. Desde que o dirigente apresentou um projeto para distribuir ingressos para as organizadas, o técnico virou alvo constante de manifestações. A presença de ex-membros da Mancha a convite de Frizzo no CT, durante a semana, provocou mais um estouro de Felipão. Leia |
Multa rescisória de Felipão A multa rescisória de Felipão também já deu o que falar. No início do ano, Frizzo afirmou que, para o técnico deixar o clube, bastava pagar a multa determinada no contrato. Acabou gerando insatisfação. "Pelo que alguns dirigentes do Palmeiras falaram ai, é só pagar a multa e sair. Eu nunca pensei em pagar multa", disse o treinador, na ocasião. Nas últimas semanas, o contrato voltou a ser assunto. Incomodado com os constantes conflitos políticos, Felipão sugeriu acabar com a multa rescisória para deixar ambas as partes livres. O vice, no entanto, adotou o discurso do presidente e disse que nada seria alterado. |
DINHEIRO
Relação com empresários Faz os dois homens fortes do Palmeiras baterem cabeça. O técnico desaprovou o pagamento de comissões aos empresários José Luiz Galante e Fabiano Carpegiani para a chegada de Paulo Henrique e Gerley, respectivamente. Coincidentemente, os dois são próximos de Frizzo. O treinador ainda mostrou seu lado vingativo ao afastar Tinga do grupo por estar descontente com a parceria DIS. Por outro lado, o dirigente foi quem não quis pagar o agente Magrão pela negociação envolvendo a compra dos direitos econômicos de Luan, o que causou a revolta do comandante. |
Troca de Pierre por Ricardo Bueno A chegada de Ricardo Bueno foi o exemplo de uma queda de braço vencida por Felipão. Frizzo defendia que Pierre deveria ser liberado para o Atlético-MG sem que o clube alvinegro emprestasse outro atleta. O treinador não aceitou, bateu o pé e exigiu em troca o atacante ou uma quantia em dinheiro. Depois de muita insistência envolvendo até brigas judiciais, conseguiu o que queria. |
Economia com nutricionista A economia de gastos também já provocou a ira de Felipão. Em março deste ano, a diretoria deu ordem para que a nutricionista Alessandra Favano não se concentrasse com o grupo na sexta-feira, véspera do jogo contra o Santo André, pelo Paulistão. Nervoso, o técnico chegou a dizer para os dirigentes que ficaria em casa, cedendo sua vaga no hotel para a funcionária, já que considerava fundamental a presença dela para cuidar da alimentação dos atletas. O elenco iniciou o período de concentração sem o comandante. Leia mais |
IDEIAS DIVERGENTES
Críticas à base Felipão não tem papas na língua e, na maioria das vezes, isso se torna um problema. Na última sexta-feira, o técnico bombardeou as categorias de base do Palmeiras ao dizer que “não tem jogador bom”. Frizzo não gostou. Além de seu parceiro ter sido afetado, o diretor da base Jair Russio, o vice considera que as declarações do treinador não ajudam em nada o clube e serviram apenas para incendiar um ambiente já turbulento. Leia mais |
Contratação do argentino Facundo Frizzo contratou o argentino Facundo Albaqui, de 17 anos, e desagradou Felipão. O técnico ouviu boatos de que o jovem chegaria para integrar o time principal e logo espalhou que não aproveitaria o atleta. Só depois disso, foi divulgado que o meia passará por um período de experiência no time B. Em sua coletiva, o técnico disse que desconhecia o acerto e reclamou por ser ‘o último a saber’. |
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.