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Experiente com fujões, empresário de Mário e Arílson vê consequências para lateral

Jorge Machado (d) é empresário de Mário Fernandes, foi de Arílson, além de C. Roth (e) - Edu Andrade/Freelancer
Jorge Machado (d) é empresário de Mário Fernandes, foi de Arílson, além de C. Roth (e) Imagem: Edu Andrade/Freelancer

Marinho Saldanha

Em Porto Alegre

26/09/2011 17h59

O empresário de Mário Fernandes é o principal responsável por conduzir a delicada situação de seu pedido para não defender a seleção brasileira. Jorge Machado, porém, usa sua experiência em situações como esta. Ele trabalhava com Arílson quando da fuga do selecionado nacional, em 1996. Em entrevista ao UOL Esporte, Machado disse que o atleta está ciente do peso de sua decisão.

Arílson fugiu da seleção nacional em 1996, durante o Pré-Olímpico. A razão para a 'deserção' foi o pouco aproveitamento. Sobrando até do banco de reservas, ele preferiu voltar para o Kaiserslautern, clube que defendia na Alemanha.

"Eu agradeço a Deus por ter esta experiência. O Arílson foi bastante diferente, ele fugiu da seleção brasileira. O Mário não. Ele decidiu que não queria ir para a seleção e pronto: não foi. Ele é assim: quando não quer uma coisa, ele não faz. Não foi ato de indisciplina nem nada", explicou Machado.

"Surge muita coisa nesse momento. Estou acostumado. Quando eu, por exemplo, acho que não devo fazer determinada coisa, não faço. Ele toma decisões. Tomou uma de forma direta. Nesta tarde, e está feito", completou.

Já Mário decidiu não ir antes até de se apresentar. O jogador deveria embarcar nesta manhã para Belém, onde o Brasil enfrenta a Argentina em jogo de volta do Superclássico das Américas, mas resolveu não ir e informou seu agente que não tinha interesse algum de defender a equipe do Brasil.

A atuação de Jorge Machado foi semelhante em ambos os casos. Ficando ao lado do jogador, a meta do empresário é mostrar na base da conversa o que havia sido feito e quais consequências poderiam existir.

Inicialmente, nem o agente sabia da decisão. Pego de surpresa, Jorge Machado rapidamente localizou onde o atleta estava, e passou a buscar uma maneira de mandá-lo ao Pará, onde o Brasil joga com a Argentina na quarta-feira. Porém, mesmo com nova passagem enviada pela CBF ao jogador, o mesmo decidiu que não queria defender o selecionado.

Nestes momentos difíceis, a estratégia do agente é permanecer perto do jogador, conversando e mostrando as consequências de uma decisão tão forte. Foi assim com Mário, com quem Machado esteve durante toda a tarde.

"Eu uso isso. O que eu posso é ficar do lado do Mário. Fiquei assim durante toda a tarde. Ele mandou um e-mail para a CBF à tarde. Pediu desculpas. É assim. Ele não quer ir, não foi. Não tem nada demais nisso. O que eu tenho que fazer é ficar do lado dele. E foi o que eu fiz, por já ter experiências nisso", comentou. "Não tem segredo. Eu dou apoio ao jogador. Converso com ele. Disse que agora é assim. O Romário, quando aconteceu isso, teve que provar o dobro. Já foi com outros jogadores, e precisou mostrar mais também. Ele terá que arcar com as consequências do que decidiu. Ele está ciente", acrescentou.

Mario Fernandes irá se reapresentar ao Grêmio nesta terça-feira. No Olímpico, o jogador busca seguir rotina de trabalhos, ignorando a seleção. A assessoria de imprensa do clube gaúcho já adiantou que não haverá manifestação oficial do jogador.