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Belluzzo admite frustração com estrelas, mas diz que não prometeu "política do bom e barato"

Belluzzo diz que não tem arrependimentos das decisões que tomou à frente do Palmeiras - Lalo de Almeida/Folhapress
Belluzzo diz que não tem arrependimentos das decisões que tomou à frente do Palmeiras Imagem: Lalo de Almeida/Folhapress

Luiza Oliveira

Em São Paulo

01/10/2011 07h03

Luiz Gonzaga Belluzzo demonstra consciência tranquila em relação à sua gestão no Palmeiras. Apesar das críticas que recebeu de 'promover uma gastança desenfreada', o ex-presidente diz não ter qualquer arrependimento e se esforçou para atender às expectativas da torcida. Segundo ele, nunca prometeu a política do bom e barato.

O ex-mandatário é acusado pela atual gestão de aumentar a dívida do clube com decisões irresponsáveis como a contratação dos ídolos Kleber e Valdivia que custaram caro aos cofres alviverdes. Até hoje, a diretoria não conseguiu quitar o débito de 6,25 milhões de euros, adquirido junto ao Banif para a compra dos direitos econômicos do meia chileno.

“Me arrependi do que? Fiz o que achava que devia fazer, administrar um clube de futebol e qualificar. Eu nunca prometi a ninguém que iria fazer politica do bom e barato. Então não menti, eu disse aquilo que iria fazer, valorizar”, disse ao UOL Esporte.

Belluzzo lamenta ainda a saída do meia Diego Souza em 2010 após problemas de relacionamento com a torcida. Em sua visão, o jogador do Vasco recém-convocado para a seleção brasileira por Mano Menezes é o melhor atleta do Campeonato Brasileiro.

O ex-presidente admite certa frustração com o desempenho de Kleber e Valdivia na segunda passagem pelo Palmeiras. Mas acredita que é preciso ter paciência porque os dois craques ainda podem surpreender.

“Não dar certo é algo que você não controla. A torcida avalia que o desempenho não está sendo dentro do que esperava e isso gera frustração, mas antes 99% da torcida queria que eu trouxesse os três (Kleber, Valdivia e Felipão). Na rua, no estádio, todos diziam. Precisa esperar um pouco, vamos ver, o campeonato não acabou”, disse.

Afastado do clube e novamente dedicado à função de economista e professor, Belluzzo demonstra muito mais tranquilidade e serenidade em relação à época de presidente. Ele defende que é preciso apaziguar ao invés de buscar o conflito e avalia que poucas pessoas pensam no bem coletivo. Por isso, o Palmeiras vive momento tão turbulento internamente.

“É preciso trabalhar para que o clube diminua essas tensões que nascem lá dentro e são muito negativas. Desse tipo de ressentimento, não vai nascer nada de bom. A minha experiência mostra que os problemas do Palmeiras nascem de conflitos cuja origem é a exacerbação do ego das pessoas. É um processo de luta pelo poder que é autofágica”, finalizou.