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Futuro mandatário diz que Gilberto não tinha ambiente para seguir no Cruzeiro

Do UOL Esporte

Em Belo Horizonte

05/10/2011 18h10

Apesar de reconhecer que Gilberto faz muita falta ao time do Cruzeiro, especialmente pela ausência de especialistas na lateral esquerda em condições de jogo, o presidente eleito do clube, Gilvan do Pinho Tavares, considera que não havia como manter o experiente jogador. O dirigente admitiu que a presença do ex-jogador da seleção brasileira prejudicava o ambiente na Toca da Raposa II.

“Não podíamos deixar um ambiente que não fosse condizente com a grandeza do Cruzeiro, tivemos que chamar o Gilberto, o empresário dele e acertamos amigavelmente a rescisão do contrato, destacando que se trata de um grande profissional”, afirmou Gilvan Tavares, em entrevista ao Programa Arena Sportv, transmitido por aquela emissora de TV a cabo.

“Ele (Gilberto) não podia ficar, havia ambiente ruim até da torcida com relação a ele, por causa de determinadas colocações, ambiente contrário por parte da imprensa, pois ele não vinha tratando bem a imprensa, se recusava a dar entrevistas. Isso para o plantel acaba influenciando, teve desavenças com um ou dois atletas do plantel”, acrescentou Gilvan Tavares.

Embora considere acertada a rescisão amigável, que resultou na saída do veterano jogador do clube celeste, Gilvan Tavares admite que Gilberto faz falta ao time e diz não ter dúvida que há influência da sua saída em relação à queda de rendimento do time no Brasileirão.

“Não tenho dúvida que houve sim influência, ele era referência no time do Cruzeiro jogando no meio-campo ou na lateral esquerda. Nessa posição, tínhamos dois atletas, um saiu, o Gilberto, e o outro, Diego Renan, se contundiu”, observou. “Ele tendo saído houve prejuízo grande para a equipe”, complementou.

Gilberto rescindiu contrato com o Cruzeiro em 20 de setembro. Depois do empate com o Palmeiras, por 1 a 1, no Pacaembu, no dia 4 passado, o meia deixou o campo revoltado com o árbitro Pedro Leandro Vuaden e anunciou a aposentadoria, alegando ser perseguido pela arbitragem. Porém, de cabeça fria, anunciou que seguiria no futebol e cumpriria o contrato com o clube mineiro.

Entretanto, Gilberto provocou nova polêmica. No desembarque da delegação celeste no Aeroporto de Confins, um dia após a derrota para o Santos por 1 a 0 na Vila Belmiro, o jogador virou alvo de protesto de torcedores, que o questionaram pela má fase da equipe no Campeonato Brasileiro. Irritado, o meia disse que a torcida tinha que cobrar também do goleiro Fábio e do meia Roger, que não estavam com o grupo naquele momento. O camisa 1 celeste rebateu o companheiro.

No último dia 26, Gilberto divulgou uma carta de despedida em seu site oficial. Sem polemizar, o jogador, de 35 anos, admitiu que a relação com o clube já estava desgastada e que tomou a “medida certa”, ao deixar o Cruzeiro. Ele está no Vitória-BA, que disputa a Série B do Brasileiro.

Com 29 pontos, o Cruzeiro ocupa a 16ª posição, a primeira fora da zona de rebaixamento e a apenas dois pontos do Atlético-PR, que abre o chamado Z4. Uma derrota para o São Paulo, nesta quarta-feira, às 21h50, e um triunfo do time paranaense contra o vice-lanterna Avaí, domingo que vem, em Santa Catarina, colocará o clube celeste na zona de degola.

Eleito na última segunda-feira, por ampla maioria dos votos do Conselho Deliberativo, contra o radialista Alberto Rodrigues, que encabeçou a chapa de oposição, Gilvan Tavares já assumiu, na prática, a administração do clube celeste, embora o atual mandatário ainda seja Zezé Perrella, de quem ele é vice-presidente.