Palmeiras descobre 'mina de ouro' dos estádios e abre disputa com rivais por shows
As disputas tão ferrenhas em campo entre os grandes clubes paulistas partiram agora para outra área: do entretenimento. De olhos nas receitas e viabilizados por arenas modernas, os rivais querem tirar do São Paulo os grandes shows e espetáculos. O Palmeiras abriu a disputa e entrará forte por causa da nova parceria da AEG com a WTorre na gestão da Arena Palestra.
A empresa norte-americana é especialista em shows e responsável por turnês de artistas como o ex-beatle Paul McCartney, a banda norte-americana Black Eyed Peas e o fenômeno teen Justin Bieber. Curiosamente, todos se apresentaram no Morumbi de um ano para cá e renderam milhões ao Tricolor.
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A partir da inauguração da Arena em 2013, o vice-presidente sênior da AEG, Chuck Steedman, garante que a preferência será pelo espaço palmeirense, o que deve afetar os cofres do rival. Ele admite fazer eventos fora apenas quando o local estiver impossibilitado pelos jogos do time.
Os shows viraram a maior fonte de receita do Morumbi. Com uma única apresentação internacional, o São Paulo chega a faturar até R$1,2 milhão. Em 2010, foram nove shows de grande porte, mesmo número que deve acontecer neste ano. Cada um representa a receita de cerca de dez partidas comuns ou de três clássicos e decisões. E a tendência é aumentar. Desde 2009, o faturamento do estádio com aluguéis cresceu 130%.
Os rivais despertaram para a mina de ouro. A expectativa da WTorre é que o Palmeiras arrecade US$ 1 bilhão de receita só com eventos ‘extra-futebol’ nos próximos 30 anos. A empresa espera receber cerca de cem eventos por ano, com capacidade que varia de 15 mil a 60 mil pessoas.
“Vamos ampliar a capacidade de receber mais eventos para ter mais receita para todos. Estamos trabalhando com cem no centro de convenções e outros 80 entre anfiteatro e estádio. Para shows, teremos capacidade para 15 mil ou até 60 mil pessoas. Não digo só de musica, existem várias possibilidades”, disse o diretor para novos negócios da WTorre, Rogério Dezembro, que cogita até a sediar o UFC, maior campeonato de MMA do mundo.
O São Paulo afirma não estar preocupado. O discurso da diretoria é que o Morumbi continuará recebendo os espetáculos de grande porte pela maior capacidade do estádio que chega a 100 mil pessoas, no caso de astros como U2 e Madonna.
“O Palmeiras fechou com uma grande empresa, acho ótimo, não vejo o menor problema. Negociamos com várias outras como Plan Music e Time for Fun. Os shows que acontecem no Morumbi continuarão e os que acontecem no Palestra também”, disse o assessor da presidência José Francisco Manssur, também responsável pela comissão que cuida das reformas do Morumbi.
Ideia é usar arena do Palmeiras para shows musicais, sendo uma das principais opções na cidade
Mas o clube também não se acomoda pelo patamar que alcançou e pretende expandir suas possibilidades. Já existe um projeto para criar um local fechado atrás de um dos gols, com capacidade para 25 mil pessoas, maior que as casas de shows da cidade, mas com cobertura que isole o som. A arena poderia até ter um ringue de lutas.
O Corinthians também não quer ficar para trás. Confirmado como palco da abertura da Copa do Mundo de 2014, o Itaquerão é considerado a solução para a carência de locais que sediem grandes eventos na Zona Leste de São Paulo, além de ter conseguido incentivo fiscais sob a justificativa de promover o desenvolvimento da região.
Alguns dirigentes negam que o estádio será usado para shows, mas existe também um projeto para modernizar o Parque São Jorge. O plano do Corinthians é transformar o local de 158 mil metros quadrados, na zona leste de São Paulo, em um espaço para receber espetáculos na capital paulista. No entanto, isso só acontecerá depois do Mundial do Brasil.
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