Rivais da dupla Gre-Nal disputam torneios e criam 'caixa 2' virtual com pôquer
Alguns jogam videogame, outros escutam músicas, buscam diversão na internet, redes sociais, cada jogador de futebol tem um hobby na concentração. Na dupla Gre-Nal, um 'esporte' seduziu Adílson e Lauro. O pôquer foi apresentado por amigos, se tornou preferência e até fonte de um pequeno 'caixa 2' virtual para os profissionais do futebol.
Contra o senso comum de que qualquer esporte implica ação física, o Brasil acaba de criar a Associação Brasileira de Esportes Intelectuais.
O goleiro do Internacional é mais experiente. O primeiro contato com o jogo de cartas aconteceu ainda no Cruzeiro. Com professores renomados, Lauro passou a gostar dos duelos nas concentrações do time mineiro.
"Quando eu jogava no Cruzeiro, durante a concentração, eu sempre brincava de alguns jogos como truco e dama, pela internet. Quando eu tive a oportunidade de ver uma matéria sobre pôquer na televisão, eu entrei em um site e procurei me informar. Fiz o download e comecei a jogar gratuito. Foi quando um amigo levou um conhecido dele em um treino e ele disse que tinha uma roda de pôquer todas as terças-feiras, eu fui e na primeira vez fiquei em segundo lugar (risos). Depois disso, tive a oportunidade de encontrar duas pessoas que conhecem muito o jogo: o $chark e o Caio Pimenta, que hoje é considerado um dos melhores jogadores do Brasil. Na época, ele tinha 17 anos e estava iniciando. Então, foram dois professores que me ensinaram. Dei a sorte que eles eram cruzeirenses. Estudei dois livros e, sempre quando posso, eu jogo", comentou.
Jogadores da dupla Gre-Nal dão dicas para iniciantes no pôquer, confira:
Adílson, do Grêmio | 1º passo | 2º passo | 3º passo | 4º passo |
Tem que conhecer bem as regras do jogo | Participar do jogo de acordo com a posição na mesa | Cuidar as cartas para conseguir controlar o adversário | Conhecer os adversários. Quem é agressivo. Quem é mais tático, aqueles que jogam com cartas boas |
Já Adílson procurou estudar as alternativas do jogo. Após ser apresentado de forma incipiente à atividade, fez um curso e passou a jogar regularmente. "Tinha um colega da equipe de juniores do Grêmio e ele me apresentou o pôquer. Através da minha curiosidade, comecei a jogar e aprendi um pouco. O pessoal ficou sabendo no Grêmio que eu jogava e surgiu uma oportunidade através do Vitor Rodrigues [assessor de imprensa] de participar de um curso com profissionais. Tive essa honra e aprimorei um pouco mais o meu desempenho. Quando terminou, entendi quanto o curso era avançado e eu amador. Hoje eu aprenderia muito mais se participasse de outro curso do tipo, mas aprendi bastante", disse.
Em 2010, repórter do UOL Esporte se aventurou em torneio de pôquer
Não são somente eles a buscar o pôquer como atividade nas concentrações. Autorizado, ou pelo menos não proibido pelas comissões técnicas, há uma série de jogadores amadores nos elencos de Inter e Grêmio. Porém, neste Gre-Nal o volante e o arqueiro têm mais destaque.
"O Rochemback gosta também, mas ele gosta de jogar um pouco mais pesado. Já brincamos um pouco na concentração, mas não vingou, pois tinham poucos companheiros para jogar", brincou Adílson. "O Agenor [goleiro formado no Inter que é reserva] durante um período me atrevi a dar umas aulas para ele. O estilo dele é totalmente diferente do meu. Ele é mais agressivo, arrisca mais, mas foi com ele que a gente mais brincou. Também joguei alguns dias com o Kleber, que também se interessou, mas ninguém se aprofundou. O Sorondo também já jogou e me disse que brinca com uns amigos deles no Uruguai", comentou Lauro.
Enquanto Adílson joga mais por diversão e se contenta com o pequeno 'caixa 2' formado em um site de partidas online, Lauro foi mais além, disputou torneios chancelados por Federação e até venceu.
Jogadores da dupla Gre-Nal dão dicas para iniciantes no pôquer, confira:
Lauro, do Inter | 1º passo | 2º passo | 3º passo | 4º passo |
Se situar em que mesa, ver quem são os oponentes. Antes de tentar ser agressivo e arriscar, ser conservador | Aproveitar as posições de Big, smoll ou big blind. Se está em uma mesa de 6 a 9 pessoas, dá para 'roubar' bingo | Mesmo tendo um par, você não é super-herói. Se você tem um par de valetes, alguém pode estar com um par de damas ou reis e a probabilidade dele bater o seu é de 53% | Você precisa ser um ator na mesa do pôquer. O adversário vai ficar vendo a sua fisionomia, tentando decifrar você. Fique atento |
"Tive a oportunidade de jogar aqui em Porto Alegre em um clube contra 27 pessoas e ganhei o torneio. Joguei alguns torneios pela Internet e fui feliz. Se for avaliar em relação a perdas e lucros, por estar jogando valendo, estou com saldo positivo. Além disso, tive a chance de jogar a etapa em Novo Hamburgo do Brazilian Series of Poker [BSOP, organizado pela Confederação Brasileira de Texas Hold'em]. Joguei a última eliminatória, pois foi o único horário que deu. É muito emocionante. Muitos insistem em dizer que é um jogo de azar, mas é um jogo que você manobra com o que você tem na mão. Você domina com inteligência e estuda o que o seu adversário tem. Então, é um jogo interessante e que estimula bastante a criatividade", comentou o colorado.
"Online, há uns dois anos eu participo com dinheiro real. Claro, as quantias são baixas, pois jogo mesmo para me divertir. Normalmente, tenho um bom desempenho. Jogo um torneio com nove participantes. Três a cinco dólares o torneio e os três primeiros recebem prêmios. Normalmente, eu fico entre os três. Então, para brincar, está bacana. Tenho a minha continha que está crescendo aos poucos", acrescentou o gremista.
Ainda não foi possível a realização do Gre-Nal de pôquer. "Sei que ele joga, um dia, quem sabe", brincou Adílson. Enquanto isso, ambos tentam passar o tempo com um esporte alternativo, sem tirar a concentração das partidas.
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