Palmeiras usa 'armas de sedução' e promessas para segurar Felipão em 2012
Quem conhece um pouco da arte da conquista sabe que, para manter acesa a chama de um relacionamento, é preciso se dedicar, surpreender e fazer agrados. Principalmente em momentos de crise. O Palmeiras decidiu apostar nas táticas de sedução para segurar Luiz Felipe Scolari em 2012 com um planejamento bem montado, apoio irrestrito e reforços de peso.
E se dinheiro não traz felicidade, ao menos torna a vida mais confortável e segura. É nisso que o presidente Arnaldo Tirone aposta. Em uma reunião na terça-feira, a diretoria se comprometeu a pôr a mão no bolso e entrar forte na disputa do mercado para contratar atletas de alto nível.
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O clube sabe que Felipão tem personalidade forte e não se ilude com qualquer promessa. Para convencê-lo, a cúpula até elaborou estratégias de contratação para apresentar à comissão técnica após receber a lista com os 12 reforços pedidos para o ano que vem.
O empenho para agradá-lo foi tanto que o encontro com Felipão, o auxiliar Flavio Murtosa e o supervisor Galeano teve a presença de Tirone, de todos os vices, entre eles o de futebol Roberto Frizzo, do assessor da presidência Mauro Marques e até de integrantes da tesouraria e do departamento financeiro.
Todos empenhados em discutir a relação e não deixar nada mal resolvido. A intenção era mostrar como a família está unida, passar credibilidade e dar amparo ao treinador até o fim do Brasileirão.
O esforço valeu a pena e desarmou Felipão. O técnico se sensibilizou com o que ouviu e saiu disposto a fazer novos planos. Na semana passada, já demonstrava otimismo com o discurso de que os erros do passado servem como aprendizado e devem ser superados.
“A direção já tem o planejamento que foi passado sobre nomes para que vejam os contatos. São jogadores com bom currículo e que venham para compor um grupo mais forte do que o que temos no momento. Temos de ter três ou quatro jogadores de grande nível. Se não fosse assim, não entenderíamos o que foi feito neste ano. Passamos toda a vergonha para ter determinada coisa no ano que vem", disse.
O comandante parece disposto a deixar a mágoa para trás após um ano difícil. Ficou decepcionado com as promessas não cumpridas e se desentendeu com Frizzo. Em momentos de desgaste, não se conteve e expôs os problemas publicamente, chegando a comparar o Palmeiras a ‘acordar com uma mulher feia’.
Mas nada é perfeito em um relacionamento de altos e baixos e os novas dificuldades podem tumultuar. Na noite desta quinta-feira, o Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) reprovou as contas do mês de setembro apresentadas pela diretoria, principalmente por causa dos altos gastos.
O mandatário alviverde será pressionado a reduzir custos e terá que apertar os cintos. Dessa forma, vai tentar se equilibrar para não decepcionar novamente Felipão após a trabalhosa reconciliação.
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