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Sampaio supera 'crise de estreia' e dá esperança de pulso firme no Palmeiras

Cesar Sampaio tem sido elogiado pela diretoria nos primeiros dias de trabalho Imagem: Piervi Fonseca/AGIF

Luiza Oliveira e Ricardo Perrone

Em São Paulo

16/11/2011 06h02

Cesar Sampaio caiu em uma verdadeira fogueira ao aceitar o cargo de gerente de futebol do Palmeiras. Encarou forte pressão para assumir um time ameaçado pelo rebaixamento e assolado pelas brigas internas. Mas passou no teste no gerenciamento da primeira crise e pode surgir como a nova força no comando do clube.

Sampaio mostrou pulso firme em sua ‘estreia’ e assumiu a responsabilidade no meio da guerra entre elenco, Kleber e Luiz Felipe Scolari. A falta de atitude e a omissão são as principais críticas enfrentadas pela diretoria e pelo presidente Arnaldo Tirone.

Diante da última instabilidade gerada pelas duras críticas de Kleber contra o técnico na segunda-feira, chegou colocar o cargo do treinador em xeque com cerca de dez dias de trabalho. Só garantiu sua permanência após perguntar a opinião do elenco e disse que assumiria a responsabilidade de qualquer decisão.

Sampaio tem conseguido agradar diretoria, comissão técnica e o grupo por causa do seu jogo de cintura. É elogiado por ouvir todos os lados e não fazer pré-julgamentos antes de agir. Além disso, mostrou independência ao ser contrário ao pensamento da diretoria de que Felipão é insubstituível e deixar de lado a relação afetiva com o comandante, com quem foi campeão da Libertadores em 1999.

“Desde que eu assumi, estou tentando formar uma identidade. No meu ponto de vista, o Palmeiras ficou um clube sem identidade. Se eles têm realmente algum problema com a comissão e não falaram, perderam uma grande oportunidade de se posicionarem como grupo. Coloquei que assumiria toda e qualquer responsabilidade após o que fosse falando com eles. Não sou pombo de ninguém, não estou servindo a ninguém da diretoria ou ao Felipão. Estou servindo ao Palmeiras”, disse.

O trabalho tem sido visto com bons olhos dentro do clube. Na visão da cúpula alviverde, a dependência em relação ao técnico diminui com o fortalecimento de um dirigente que também é ídolo da torcida. O comentário no centro de treinamento é que ele tem bom entrosamento com os atletas e que o ambiente ficou mais leve com a sua chegada.

Sampaio também mostrou habilidade para não ferir egos e criar desavenças. Costuma consultar o vice de futebol Roberto Frizzo antes de se posicionar para não tirar sua autoridade e conversou com Felipão antes de perguntar ao elenco se queria sua permanência. Para não criar qualquer desentendimento, convidou o técnico para ir à sua casa e explicar sua atitude.

O ex-volante assumiu função até mais próxima das quatro linhas do que seu cargo diz respeito. De acordo com pessoas ligadas à comissão técnica, começou a discutir e dar pitacos sobre tática e técnica com Felipão, papel que caberia ao supervisor Galeano.  Além disso, assumiu a gestão da parte burocrática para que o pentacampeão mundial se concentre apenas no que acontece dentro do gramado.

Antes da partida contra o Grêmio, fez até uma palestra motivacional. Mostrou um vídeo para o time com lances das vitórias do início do Campeonato Brasileiro para mostrar que o mesmo grupo poderia voltar a vencer.

No entanto, apesar dos elogios e do esforço, o trabalho ainda não fez efeito. O time continua jogando mal e não conseguiu vencer desde a sua chegada. Perdeu para o Coritiba por 2 a 0, na Arena Barueri, e cedeu o empate após sair vencendo o Grêmio por 2 a 0, no Olímpico. Além disso, toda a esperança e a expectativa depositadas no ex-volante também foram destinadas a Galeano em sua chegada. No entanto, ele não conseguiu emplacar.

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