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Mustafá chama gestão Tirone de 'porcaria', nega aproximação e diz que ganharia eleição

Ex-presidente Mustafá Contursi negou que haja aproximação com Tirone e fez críticas à gestão - Tom Dib/Futura Press
Ex-presidente Mustafá Contursi negou que haja aproximação com Tirone e fez críticas à gestão Imagem: Tom Dib/Futura Press

Luiza Oliveira

Em São Paulo

15/12/2011 06h02

Mustafá Contursi não ocupa mais nenhum cargo diretivo no Palmeiras e sua prioridade agora é cuidar de sua saúde, mas continua ativo no cenário político do clube. O ex-presidente disse que a atual gestão é uma 'porcaria' e negou uma aproximação com Arnaldo Tirone.

Mustafá é considerado um dos homens mais influentes nos bastidores do Palestra Itália, apesar de ter deixado a presidência há sete anos. Ele é acusado de fazer pressão política e ser um dos principais responsáveis pelas demissões recentes, o que comprovaria uma relação mais próxima com o atual mandatário.

Mesmo com a saúde debilitada e a voz frágil, ele mantém o jeito autêntico e não poupa críticas ao trabalho atual. Descarta ainda ter qualquer interferência na saída do gerente administrativo Sérgio do Prado e de parte da assessoria de imprensa.

Não estou me aproximando nem me afastando. Ele não está sendo bom presidente, com uma meta a ser atingida. Minha visão é que ele está muito preocupado com ele mesmo, preocupado em provar que manda, que tem autoridade e acaba se perdendo”, disse, ao UOL Esporte.

O ex-dirigente vê muitas semelhanças entre a gestão atual e a de Luiz Gonzaga Belluzzo. Até as tentativas de cortar despesas após uma política de 'gastança desenfreada' promovida pelo economista foi contestada. O conselheiro afirma que os balancetes recentes apontam números parecidos.

Ele está muito mal. Em todos todos os sentidos. Não há austeridade ou uma política definida de administração. Em todo momento os caminhos se alteram, não há nenhum sinal de política que possa levar o clube a uma recuperação econômica e financeira. As últimas gestões são umas porcarias”, afirmou.

Um dos últimos projetos de Mustafá é a criação de um comitê gestor formado por conselheiros para administrar o futebol do clube. Segundo ele, a ideia é fiscalizar o departamento para que não fique nas mãos de pessoas sem conhecimento técnico, que ocupam a função apenas por questões políticas.

Mas vem encontrando muita resistência. Os opositores, entre associados, torcedores e conselheiros, consideram que a medida serve apenas para dar mais poder ao ex-presidente que ainda tem grande influência no Conselho. Os protestos vêm sendo recorrentes, sendo o último no sábado passado.

Mustafá se defende e ainda ironiza as críticas. “Se quisesse mais poder, eu me candidataria. Teria mais chance que qualquer outro de ganhar a eleição. Se pensasse assim, já seria candidato, mas não tenho interesse em voltar. Eu apenas amo meu clube e luto para que volte aos bons momentos”, completou.