Projeto do centenário chega a Grafite, e Santa Cruz sonha com atacante para 2014

Embalado pelo acesso da Série D para a C neste ano, com a melhor média de público do futebol brasileiro na temporada, o Santa Cruz começa a olhar para o seu centenário, em 2014, com sonho de regressar à elite com um de seus maiores ídolos recentes presente no elenco. O clube pernambucano já manifestou o desejo de contar com Grafite ao próprio jogador e conta com a afinidade do atacante com o Arruda para fazer a ideia virar mais adiante.

VIDA TRANQUILA EM DUBAI

Após os melhores anos internacionais de sua carreira, quando ajudou a levar o Wolfsburg a um inédito título alemão, Grafite aceitou encarar novo desafio nos Emirados Árabes, seduzido pelo poder financeiro do Al Ahly. Em Dubai, vive ao lado da família em uma casa confortável, cujo antigo dono deixou artigos como um piano (hoje desfrutado por uma de suas filhas). No time da cidade, dirigido pelo espanhol Quique Flores, é a principal estrela, ao lado do chileno Luis Jiménes. Grafite falou ao UOL Esporte sobre temas atuais e históricos de sua carreira. Confira: VIDA EM DUBAI: "A experiência tem sido muito boa, por conhecer um novo futebol, contribuir com ele, aprender uma nova cultura e conhecer novos costumes". CARINHO DE SÃO-PAULINOS: "Através das redes sociais ou das minhas idas ao Brasil nas férias, sempre recebo muito carinho do torcedor são-paulino. Nós tivemos uma relação ótima enquanto fui jogador do São Paulo e a torcida sempre me tratou com muito carinho. Isso não mudou absolutamente nada". CASO DESABATO (racismo dentro de campo): "Vejo como uma coisa que tomou proporções muito maiores do que realmente deveria. Acabei indo para a delegacia [em 2005] para uma coisa rápida e as coisas tomaram proporções gigantescas por causa da TV. Foi algo positivo em alguns pontos, mas acabou sendo maior do que deveria ser". SEM CHANCES CONTRA A HOLANDA NA COPA: "Talvez, sim [se poderia ter ajudado a seleção brasileira se tivesse sido usado por Dunga naquela partida]. Mas aquele jogo acabou adquirindo uma carga emocional muito grande, que superou a capacidade técnica da nossa equipe. Sentimos demais os gols, o time todo, e deixamos de ter força para reverter a situação".

Paulista de nascimento, Grafite começou a se destacar no futebol com a camisa do Santa Cruz, entre 2001 e 2002. Casado com uma pernambucana, o atacante que atualmente defende o Al Ahli dos Emirados Árabes mantém uma residência em Recife e manifesta com frequência seu carinho pelo ex-clube.

"O Grafite teve passagem brilhante pelo Santa Cruz, deixou todos nós orgulhosos com sua carreira. Ele sempre vem a Recife e demonstra sua vontade de jogar pelo Santa Cruz mais uma vez. Na última vez em que esteve aqui, visitou o Arruda [estádio] e o clube. Esperamos que esse projeto seja levado adiante no futuro", afirma Antônio Luiz Neto, presidente do clube pernambucano.

"Ainda é uma coisa muito embrionária, é só em 2014. Existem alguns estudos neste sentido, mas não tem muita coisa ainda. Mas é um fato [que o clube espera contar com Grafite]. Ele é um prata da casa, tem uma relação fantástica com o clube e a torcida. A gente espera conseguir contar com ele e com outros nomes de relevância no centenário", diz Luis Henrique Vieira, atual diretor de marketing do Santa Cruz.

Em contato por e-mail com a reportagem do UOL Esporte desde Dubai, onde passou a residir neste ano depois da troca do Wolfsburg (Alemanha) pelo Al Ahli, Grafite afirmou que tem sido procurado por clubes brasileiros nos últimos tempos e admitiu o contato do Santa Cruz, sobre o projeto do centenário.

"Eu estou sempre aberto a escutar as propostas e avaliá-las. Já houve interesse e contato do Palmeiras, do Vasco, do Flamengo e também do Santa Cruz, que tem um projeto legal para o centenário. Ainda não sei quando pode acontecer um retorno, mas que vai acontecer uma hora, disso não tenho dúvida", declarou o atacante.

Grafite tem mais duas temporadas de contrato para cumprir com o Al Ahly. Ao final deste período, vai estar com 34 para 35 anos.

Em 2011, o Santa Cruz conseguiu acesso para a Série C do Campeonato Brasileiro, com o vice da Quarta Divisão – perdeu a decisão para o Tupi de Juiz de Fora. Mesmo com dificuldades financeiras, o clube de Recife trabalha com o projeto denominado pelo presidente Antônio Luiz Neto como de "migração de séries", com o objetivo de estar na elite em 2014, no centenário.