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R. Pinheiro vira técnico e diz que São Paulo precisa de um Telê para enquadrar os jovens

Renan Prates

Em São Paulo

15/12/2011 06h00

O zagueiro Rogério Pinheiro teve uma passagem marcante pelo São Paulo, tanto pelos títulos conquistados quanto por ter participado do lance que decretou a perda da Copa do Brasil em 2000. Com vivência no time tricolor, o agora treinador acredita que o clube precisa de alguém que tenha um estilo parecido com o Telê Santana para ‘enquadrar’ os talentos recém-promovidos da base.

DUAS PASSAGENS PELO SÃO PAULO

  • Evelson de Freitas/Folha Imagem

    O zagueiro Rogério Pinheiro atuou no São Paulo em 1995, depois entre os anos de 1997 e 2001

“Acho que falta um pouco no São Paulo isso. O São Paulo ganhou muitos títulos e esqueceu um pouco de criar, ter uma função educadora que o Telê sempre pegava nisso. Ele cobrava isso no tempo dele no São Paulo. Na base, naquela época, os treinadores se inspiravam muito no Telê Santana, tinha uma norma, tinha uma cartilha disciplinadora”.

O São Paulo tem sofrido para disciplinar algumas das suas joias da base. No topo deste problema, está o volante Casemiro, que tem se caracterizado mais pelo desempenho ruim extra-campo do que pelo que produz quando entra nas partidas. O técnico Emerson Leão foi contratado justamente com a função de agir para acabar com esses problemas no elenco.

Pinheiro trabalhou com Telê na sua primeira passagem pelo São Paulo, em 1995. O ex-zagueiro disse ter ídolo dos são-paulinos como referência na sua nova profissão. Ele relembrou que o treinador ‘pegava no seu pé’ na época, mas recordou também uma frase que alivia a pressão sofrida. “Ele sempre dizia que quem pega no pé é porque se importa. Se não pega mais, aí é motivo para se preocupar”.

O ex-zagueiro encerrou a carreira em 2009 na Coreia do Sul, quando aos 37 anos perdeu para as dores. Desde então, ele estudou para começar a carreira de treinador, fazendo estágio com algumas referências na área. Rogério Pinheiro foca o mercado de São Paulo e disse que tentará em 2012 algum clube das divisões menores do Paulistão.  

“Fiz estágio com o Muricy no Fluminense em 2010, e fiz com o Felipão [no Palmeiras, em 2011]. Estou ai fazendo alguns cursos para aprender mais, porque não é fácil começar uma nova carreira na sua vida. É um meio difícil, é um meio que você tem que aprender bastante. Não é da noite pro dia que você consegue assimilar as coisas”.

Fora dos gramados, Rogério Pinheiro passou a analisar o futebol nacional como um todo. Por esse motivo, ele opinou sobre a defesa do São Paulo. Na sua análise, o setor caiu muito de rendimento após a transferência do zagueiro Miranda para o Atlético de Madri no meio desta temporada.

“Desde que o Miranda foi embora, o São Paulo sentiu muito. Sentiu muito, porque o Miranda era um jogador excelente, inteligente, técnico e que antecipava as jogadas né. A cobertura que ele fazia não tinha igual. Depois que ele saiu, outros entraram e não conseguiram manter o mesmo nível que tinha antes”.