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Heróis do maior título da história do Atlético enaltecem façanha e superam "esquecimento" da data

Dario: "título importantíssimo para a história do Atlético e do futebol brasileiro" - Fernando Santos/Folhapress
Dario: "título importantíssimo para a história do Atlético e do futebol brasileiro" Imagem: Fernando Santos/Folhapress

Bernardo Lacerda

Em Belo Horizonte

19/12/2011 06h00

A segunda-feira, 19 de dezembro, é histórica para o Atlético-MG. O alvinegro mineiro completa 40 anos do título mais importante da sua história, o Campeonato Nacional de 1971. A façanha é comemorada por ex-jogadores, que estiveram em campo e que se esforçam para não deixar a conquista cair no esquecimento do torcedor.

  • Anibal Philot/Reuters

    Telê Santana, que foi técnico da seleção em duas copas, comandou o Atlético-MG no título de 1971

“A torcida do Atlético precisa ter os jogos de 71 gravados e assistir uma vez por semana, para não esquecer deste time sensacional, histórico, o clube não pode deixar esquecer este título mais importante de todos. Graças a Deus pude fazer parte disso, fui iluminado com gol”, disse Dario, o Dadá Maravilha.

O título histórico de 1971 do Atlético-MG, no entanto, não terá comemoração oficial do clube. Por causa da eleição para presidente, que aconteceu na última quinta-feira, quando Alexandre Kalil foi reeleito, com 62% dos 380 votos, ele optou em não realizar uma festa para celebrar a data.

“É uma pena não ter uma comemoração para esta marca, mas tenho certeza que todos os torcedores do Atlético e os jogadores que participaram lembram e comemoram o título”, destacou Dadá Maravilha.

Autor do gol da vitória contra o Botafogo, em dezembro de 1971, em pleno Maracanã, que garantiu o título para o Atlético, por 1 a 0, Dadá Maravilha considera a data a mais importante da história do clube mineiro. “É uma marca histórica, é o gol mais importante da vida do Atlético e eu participei disso, é felicidade total para o Dadá”, disse o folclórico ex-centroavante ao UOL Esporte.

Segundo ele, ainda que o Atlético-MG atravesse um momento de dificuldades, o título brasileiro de 1971 tem de ser intensamente comemorado. “É um título importantíssimo, que ficou para a história, não só do Atlético, mas também do futebol brasileiro, que conheceu uma grande equipe, das mais importantes, formada em casa, com grandes jogadores. É uma marca que ninguém jamais poderá esquecer”, destacou Dadá Maravilha.

Comandado por Telê Santana, que depois assumiria o comando da seleção brasileira nas copas do mundo de 1982 e 1986, além de ter levado o São Paulo a títulos da Libertadores e do Mundial de clubes, o Atlético-MG comemorou fora de casa a sua maior conquista.

Autor do passe para o gol diante do Botafogo, o ex-meia Humberto Ramos enaltece a marca e lembra da qualidade da equipe do Atlético. “É um título histórico, o Atlético não era o favorito, não era o melhor time, mas se uniu e ficou muito forte, comandado pelo Telê, foi vencendo adversários difíceis e foi campeão merecido”, afirmou.

“Infelizmente, o Atlético não teve um título da importância do Campeonato Brasileiro nos anos seguintes, apesar de ter tido conquistas importantes e também vice-campeonatos incríveis, com qualidade. Mas é um título que deve ser comemorado sim, é uma marca histórica, estamos na história”, acrescentou Humberto Ramos, que foi treinador do Atlético, em 1999, levando-o ao vice-campeonato, numa final diante do Corinthians.

No Brasileiro deste ano, a exemplo do que vem acontecendo nas últimas temporadas, o Atlético-MG brigou para não cair e repetiu o que fez em 2010, ao escapar do rebaixamento somente na penúltima rodada. No jogo final, o time atleticano, comandado por Cuca, foi impiedosamente goleado pelo rival Cruzeiro, por 6 a 1, que, dessa forma, livrou-se de disputar pela primeira vez a Segunda Divisão.

  • Site oficial do Atlético-MG

    Telê Santana, comandante do time campeão, comemora a conquista com a taça do título

Em 2005, o Atlético-MG foi rebaixado. Em 2006, sob o comando do técnico Levir Culpi, o alvinegro mineiro conseguiu um outro título nacional, o de campeão da Série B, garantindo dessa forma, o retorno à elite da competição nacional.

O time campeão de 1971 foi uma mescla de jogadores formados no clube, com outros mais experientes. O Atlético atuou 27 vezes, conquistou 12 vitórias, dez empates e sofreu apenas cinco derrotas, com aproveitamento 62,96%. Dario foi o artilheiro do torneio nacional, com 15 gols marcados e o principal destaque.

O regulamento do Campeonato determinava um triangular final, que foi disputado por Atlético, Botafogo e São Paulo. Depois de vencer o Tricolor paulista, no Mineirão, por 1 a 0, o time atleticano derrotou a equipe botafoguense, no Maracanã, pelo mesmo placar e comemorou o título inédito.

A equipe atleticana foi escalada por Telê Santana para o último jogo daquela competição com Renato; Humberto Monteiro, Grapete, Vantuir e Oldair; Vanderlei Paiva e Humberto Ramos; Ronaldo, Lola, Dario e Tião.