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Dispensado, lateral Alessandro dispara contra a diretoria do Botafogo

Alessandro garantiu que sua saída em nada teve a ver com seu mau relacionamento da torcida - Bernardo Gentile/UOL Esporte
Alessandro garantiu que sua saída em nada teve a ver com seu mau relacionamento da torcida Imagem: Bernardo Gentile/UOL Esporte

Bernardo Gentile

No Rio de Janeiro

20/12/2011 12h28

Após quase cinco anos vestindo a camisa do Botafogo, Alessandro confirmou sua saída do clube, nesta terça-feira, em coletiva de imprensa realizada no salão de festas de seu condomínio, em Niterói. O lateral lamentou sua dispensa, explicou como se deu sua saída do Alvinegro e reclamou da forma como foi tratado pela diretoria nos últimos dias.

“Em outubro, o Anderson (Barros, gerente de futebol) me chamou em nome da diretoria para a renovação, e eu assinei o termo de contrato por dois anos. Só faltava assinatura do Mauricio (Assumpção, presidente do clube). O tempo foi passando e eu não peguei a cópia do contrato, até porque eu acreditava em todo mundo ali. E quando entrei de férias, o Anderson me chamou para a reunião, dizendo que o Botafogo não contaria mais comigo. Me pegou de surpresa, porque todos sabem da minha importância no grupo, mas infelizmente não poderei permanecer. Não tem nada a ver com desgaste de torcida, até porque isso nunca foi problema”, disse, para continuar.

Diretoria anuncia o fim da trajetória de cinco anos de Alessandro no Botafogo

  • Alexandre Durão/UOL

    Chegou ao fim a trajetória do jogador que mais tempo estava no Botafogo do atual elenco. Alessandro não fazia parte dos planos do técnico Oswaldo de Oliveira e a diretoria decidiu pôr um fim a um vínculo de cinco anos com o lateral, que chegou ao clube em 2007. Sem ser direto, o vice de futebol, André Silva, deixou claro que o futuro do atleta ocorrerá longe de General Severiano.

“Eles decidiram que eu não devia permanecer. Fico meio chateado, acho que não precisava passar por isso, eles não foram corretos comigo. Quando se assina um termo, você muda sua vida. Se não quisessem que eu saísse, não tinham me chamado. Mas a gente deve aceitar, eles não são obrigados a ficar comigo. Mas faltou um pouco de conversa até por eu ser um líder ali dentro, e tê-los ajudado algumas vezes”, afirmou.

Mesmo triste com a situação, Alessandro fez questão de afirmar que não rotula as pessoas que comandam o Botafogo como desonestas. O atleta, no entanto, revelou uma mágoa com o vice de futebol, André Silva, que apontou o relacionamento ruim entre o jogador e torcida como o principal motivo de sua dispensa.

“Fico triste em saber o quanto fiz pelo Botafogo, o quanto cresci, e me chateio por muita coisa que foi dita, por colocarem a torcida como parâmetro para minha saída. Mas não foi por aí. Depois do episódio do aeroporto (após a eliminação na Copa do Brasil para o Avaí), o botafoguense viu como eu era importante. Em casa, a torcida me apoiou bastante. A declaração do André Silva foi infeliz. Acho que ele não devia ter dito isso, mas vir a público para falar que não renovaria comigo”, desabafou.

Ao contrário do que a maioria das pessoas acreditava, o jogador deixou claro que sua saída em nada teve a ver com o treinador Oswaldo de Oliveira. Segundo o lateral-direito, seu empresário, Frederico Moraes, tem ótima relação com o novo técnico do Botafogo, que, inclusive, revelou que gostaria de contar com sua liderança.

“Não tem dedo, porque meu empresário tem uma boa relação com o Oswaldo. Eles conversaram, e ele disse que confiava em mim, e contava comigo. Até porque, se esse fosse o problema, alguém me diria. Mas não teve nada disso. Ele gostou da minha postura na última semana do Brasileiro, elogiou minha liderança. É uma decisão mais da diretoria do que do técnico”, disse.

Com intenção de jogar ainda por mais dois anos antes de encerrar a carreira, Alessandro declarou que não sabe qual clube defenderá em 2012. De acordo com ele, os últimos dias foram muito angustiantes e só a partir desta terça-feira irá começar a negociar seu futuro.

“Ainda não sei do meu futuro. A partir de hoje, todo mundo pode falar com meu empresário. Tenho algumas propostas, sim. Graças a Deus, as portas estão abertas em outros clubes do Brasil. Com certeza, vocês ainda vão me ver visitar o Engenhão (risos)”, afirmou.

Por fim, o lateral surpreendeu e disse não guardar nenhum rancor da torcida do Botafogo, que o perseguiu durante grande parte de sua trajetória no clube. Alessandro agradeceu aos botafoguenses que o apoiaram e até mesmo os que o xingaram.

“Quero agradecer a todos os botafoguenses. Os que me apoiaram e até os que me xingaram, pois esses me davam forças para trabalhar ainda mais forte. Não guardo rancor nenhum, eles agem pela emoção e vaiavam pois queriam o bem do clube. Futebol é assim. Ano que vem não estarei defendendo essa camisa, mas podem ter certeza que estarei torcendo pelo Glorioso onde quer que eu esteja”, encerrou.