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Nova diretoria do Cruzeiro quer evitar 'repatriar' jogadores do exterior

Atacante Bobô admite dificuldade para se readaptar ao futebol brasileiro - Washington Alves/Vipcomm
Atacante Bobô admite dificuldade para se readaptar ao futebol brasileiro Imagem: Washington Alves/Vipcomm

Do UOL Esporte

Em Belo Horizonte

31/12/2011 06h00

Apesar de ter autorizado um empresário, cujo nome não foi revelado, a trocar o jovem atacante Léo Bonatini, de 17 anos, pelo veterano Roque Santa Cruz, emprestado pelo Manchester City ao Betis (Espanha), a nova diretoria do Cruzeiro não pretende ‘repatriar’ jogadores do exterior. De acordo com o presidente Gilvan de Pinho Tavares, o entendimento é que esse tipo de atleta tem alto custo e precisa de longo tempo de adaptação.

  • Juliana Flister/Vipcomm

    Ortigoza, que estava no futebol coreano, voltou ao Brasil para jogar no Cruzeiro e não se firmou

Essa estratégia adotada pela recém-empossada diretoria executiva do Cruzeiro difere do que aconteceu, por exemplo, em 2011, último ano da gestão de Zezé Perrella. Nesta temporada, o Cruzeiro ‘repatriou’, os atacantes Brandão, Ortigoza e Bobô, além do zagueiro Cribari. Em 2010, essa política também foi adotada, por exemplo, nos casos do meia Roger, que veio do Al-Sailiya, do Qatar, e o atacante Farias, que estava no Porto.

Neste ano, a prática de buscar jogadores brasileiros ou com passagem no futebol nacional diretamente do exterior não funcionou. O atacante Brandão, uma das principais contratações do ano e que foi contratado junto ao Olympique da França, pouco jogou pelo Cruzeiro e foi cedido ao Grêmio para a disputa do último Brasileiro.

Não foi o único investimento sem êxito. O paraguaio Ortigoza, que não teve seu contrato renovado e já deixou o clube, é outro exemplo. O jogador, que havia atuado pelo Palmeiras, estava no coreano Ulsan Hyundai, teve alguns bons momentos no time celeste, mas não se firmou.

O ex-corintiano Bobô, que ficou cinco anos no Besiktas, da Turquia, segue na Toca da Raposa II, por ter contrato até meados de 2012, mas também não conseguiu mostrar bom futebol. O zagueiro Cribari, um brasileiro, de 31 anos, que entre 1998 e meados deste ano, atuou por cinco times italianos, também não agradou ao torcedor celeste.

“Não está no perfil da nova diretoria trazer jogadores da Europa para o Brasil, porque sabemos que eles custam demais para se adaptar e também os salários são muito altos”, comentou Gilvan Tavares. Segundo ele, na maioria das vezes em que um atleta é repatriado ele vem com mais idade, o que inviabiliza também a possibilidade de obtenção de lucro.

“Esses jogadores não têm muito a acrescentar para o clube e também o valor econômico, é preciso investir em jogadores que venham a ter valor econômico, porque atleta é ativo financeiro do clube, como acabou o passe, o valor econômico é pelo período de vínculo que eles têm com o clube”, analisou o presidente cruzeirense.

Gilvan Tavares explicou que a diretoria autorizou o empresário a tentar a troca de Léo Bonatini por Santa Cruz, de 30 anos, pela promessa de que o Manchester City, clube detentor dos direitos do atleta, pagar integralmente os salários. Essa negociação, segundo o mandatário celeste, no entanto, não está mais em cogitação.

O atacante Osvaldo, que o Cruzeiro espera concretizar a contratação até o próximo dia 5, junto ao Al-Ahly, tem uma história diferente. Ele se destacou no último Campeonato Brasileiro no ataque do Ceará, apesar da má campanha da equipe nordestina, que foi rebaixada.