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Europa enfrenta crise e concorrência e só rouba atletas de '2ª linha' do Brasil

Marlos, Madson e Danilo foram negociados com clubes estrangeiros no fim do ano - Montagem UOL com fotos de Wander Roberto/Vipcomm, Divulgação/Atlético-PR e Maurício Val / FOTOCOM.NET
Marlos, Madson e Danilo foram negociados com clubes estrangeiros no fim do ano Imagem: Montagem UOL com fotos de Wander Roberto/Vipcomm, Divulgação/Atlético-PR e Maurício Val / FOTOCOM.NET

Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

09/01/2012 06h02

Os tempos em que os clubes europeus faziam uma verdadeira ‘limpa’ durante a janela de transferência e levavam as principais promessas brasileiras ficaram para trás. O futebol do velho continente sofre com a crise e a forte concorrência e só tem conseguido contratar jogadores de segunda linha do Brasil.

ELES DEIXARAM O PAÍS

Madson
Posição: meia
Clube: Atlético-PR
Para: Al-Khor-QAT
Mariano
Posição: lateral
Clube: Fluminense
P/: Bordeaux-FRA
Danilo
Posição: lateral
Clube: Santos
Para: Porto-POR
Marlos
Posição: meia
Clube: São Paulo
P/: Metalist-UCR
Xandão
Posição: zagueiro
Clube: São Paulo
P/: Sporting-POR
Maranhão
Posição: meia
Clube: Bahia
P/: Cruz Azul-MEX
Gabriel Silva
Posição: lateral
Clube: Palmeiras
Para: Udinese-ITA
Everton
Posição: meia
Clube: Botafogo
P/: S. Samsung Bluewings (CDS)
Jeci
Posição: zagueiro
Clube: Coritiba
P/: Frontale Kawasaki-JAP

Neste fim de ano, o Brasil conseguiu manter os principais craques que surgiram nos últimos anos. Destaques da temporada como Dedé (Vasco), Lucas (São Paulo), Paulinho (Corinthians) e o astro Neymar (Santos) permaneceram em seus times.

A estabilidade do país diante da crise mundial e a atual conjuntura econômica contribuíram para o crescimento das fontes de receitas dos clubes brasileiros, especialmente com o aumento das cotas de televisão. Eles ficaram mais fortes para competir com os estrangeiros na hora de contratar e também de segurar suas joias.

Os gringos tiveram que se contentar com estrelas de segunda grandeza. Cortês foi o lateral esquerdo que mais se destacou em 2011, mas segue em terras tupiniquins. Enquanto isso, Gabriel Silva (Palmeiras) foi para a Udinese-ITA, Danilo (Santos) para o Porto e Bruno Collaço voltou a chamar atenção do futebol italiano, mesmo sem se destacar no Grêmio.

No meio de campo, Douglas (Grêmio) e Thiago Neves (Flamengo) brilharam na temporada, mas mantiveram a sequência do trabalho. Quem saiu foram os questionados Marlos (para o Metalist-UCR) e Madson (para o Al-Khor-QAT). Até na zaga a tônica foi a mesma. Dedé continua firme no Vasco, mas Xandão foi buscar um lugar ao sol no Sporting, de Portugal.

O diretor de futebol do São Paulo, Adalberto Batista, vê uma disputa equilibrada entre o mercado nacional e estrangeiro. Ele cita como exemplo a contratação de Cortês, assediado pelo Napoli-ITA e pelo Paris Saint Germain-FRA, e a transferência do lateral Jean para o Fluminense, após recusar oferta também do time italiano.

“Eles já não conseguem tirar aqueles que são indispensáveis para o nosso elenco com tanta facilidade. Hoje temos o poder econômico parecido com o deles, salvo exceções na Europa que fazem compras de 20 ou 30 milhões de euros. No caso do Cortês, brigamos até o último minuto com o Napoli. Isso dois anos atrás seria impossível”, analisou.

Também já não é qualquer oportunidade no exterior que atrai os brasileiros. O empresário Eduardo Uram, por exemplo, optou por manter Cortês no Brasil para ganhar mais experiência e subir um patamar. Em sua visão, o mercado europeu, hoje, teria dificuldades de pagar sua multa rescisória de 10 milhões de euros por causa da crise que assola o continente.

“Com essa crise, o sub-topo da Europa não tem condições de pagar o que ele vale. A crise afeta tudo. Afeta até o comércio de chiclete, quanto mais o futebol, que envolve muitos milhões de euros. Não é brincadeira. Neste momento, acredito que no São Paulo ele vai crescer mais esportivamente para chegar ao topo”, disse.