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Atlético-MG volta a apostar na base e busca revelar 'novos' Fillippe Soutto e Bernard

Êxito de Fillipe Soutto (f) e Bernard estimula chance a outros atletas da base no Atlético  - Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG
Êxito de Fillipe Soutto (f) e Bernard estimula chance a outros atletas da base no Atlético Imagem: Bruno Cantini/site oficial do Atlético-MG

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Vespasiano (MG)

20/01/2012 06h15

A fórmula utilizada na temporada passada pelo Atlético-MG de abrir espaços no elenco para jogadores formados na base do clube continuará em 2012 e a diretoria atleticana, juntamente com o técnico Cuca, espera que os promovidos repitam o sucesso alcançado por Fillipe Soutto e Bernard.

Dois jogadores já foram promovidos para o time profissional do Atlético no começo da pré-temporada. O meia-atacante Leleu e o atacante Paulo Henrique, começaram a treinar juntamente com os novos companheiros logo após o fracasso do time atleticano na Copa São Paulo de Juniores, quando foi eliminado logo na primeira fase.

  • Bruno Cantini/Site do Atlético-MG

    Meia-atacante Leleu, que está treinando no elenco principal e é uma das esperanças atleticanas


Outras ‘prata da casa’, que estavam emprestados a outros clubes, esperam por oportunidades neste ano, como os meias-atacantes Nikão e Yuri. O técnico Cuca aposta nos atletas e espera que eles consigam ter êxito no time. “São jogadores jovens, que temos de dar tempo, deixar treinar, se prepararem. São jogadores que ficarão treinando e sendo observados e se destacarem poderão receber oportunidades”, explicou.

Na temporada 2011, dois jogadores viveram situações parecidas. O volante Fillipe Soutto e o meia-atacante Bernard iniciaram o ano treinando no time profissional e por necessidade e aposta do então treinador, Dorival Júnior, conquistaram espaço no elenco. Os dois atletas terminaram a temporada como titulares absolutos e em alta com o técnico Cuca.

O diretor de futebol atleticano, Eduardo Maluf, enaltece o poder de revelação da base e vê o clube mineiro no caminho certo. “Você ter em um elenco de 28 jogadores vários que saíram da base e na equipe, em 11, três são formados da base, isso mostra o bom trabalho”, observou.


Mais experiente, o volante Pierre, que completou 30 anos na quinta-feira, ressaltou a importância de o Atlético em apostar na categoria de base. “Acho que tanto Soutto e o Bernardinho (Bernard) foram peças fundamentais para nossa arrancada, para tirar o Atlético da zona de rebaixamento. São jogadores promissores, têm futuro brilhante, tanto Bernard, como Soutto têm cabeça boa”, ressaltou.

“Agora Leleu, Nikão, Yuri chegando. Sinal de que o trabalho na base está sendo bem desenvolvido. Sem dúvida, o próprio Paulo está conosco. São atletas de qualidade. Precisam amadurecer e isso só ocorre no decorrer do ano, com ajuda dos experientes”, acrescentou Pierre.

Ao todo, no grupo atleticano de 33 jogadores que estão treinando durante toda a pré-temporada, 14 são formados pelo próprio clube, em diferentes épocas. Os goleiros Renan Ribeiro e Paulo Victor, laterais Marcos Rocha e Eron, zagueiro Werley e Lima, volantes Serginho e Fillipe Soutto, meias Mancini, Bernard, Yuri, Nikão e Lelleu e o atacante Paulo Henrique.

Belletti aprova iniciativa

O ex-volante Belletti, formado na base do rival, Cruzeiro, considera que o caminho atleticano é o correto, na aposta de jogadores formados no clube. “O caminho é este, tem de procurar abrir espaço para a base, utilizar mais os jogadores, mas os preparando bem, de maneira correta”, explicou.

O ex-jogador, que se aposentou no final da temporada passada, por problemas de lesão, cita o Barcelona, clube que defendeu por três temporadas, como exemplo de trabalho bem feito nas divisões de base. “No Barcelona, tirando o Messi, que é fora de série, raramente um jogador com menos de 20 anos será titular da equipe principal”, destacou.

“Tudo é feito com muita calma, os jogadores são trabalhados para estarem prontos quando forem lançados. No Brasil, mal o garoto desponta e já vira não só titular, mas a grande esperança de um time. Acho que os clubes brasileiros precisam investir nas categorias de base, tanto pelo lado financeiro quanto pelo técnico”, acrescentou Belletti.