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Zâmbia dedica título da Copa Africana a jogadores mortos em desastre aéreo

Seleção de Zâmbia homenageia mortos em desastre de 93 após título da Copa Africana - Francois Mori/AP
Seleção de Zâmbia homenageia mortos em desastre de 93 após título da Copa Africana Imagem: Francois Mori/AP

Das agências internacionais, em Libreville (Gabão)

13/02/2012 12h21

A memória dos 18 jogadores mortos em um desastre aéreo há quase 20 anos levou a atual geração do futebol de Zâmbia ao título surpreendente da Copa Africana de Nações, segundo declararam os campeões nesta segunda-feira, dia seguinte à vitória nos pênaltis sobre a Costa do Marfim na final.

“Foi muito emocionante, e a memória dos jogadores que morreram aqui contribuiu em grande parte”, disse o meia Isaac Chansa, lembrando que o acidente de 1993 aconteceu no Gabão, local da conquista de Zâmbia na Copa Africana.

“Quando soubemos que a final seria no Gabão, dissemos para nós mesmos que essa seria a nossa vez. Estava escrito em algum lugar, você pode ver pelo pênalti perdido por Drogba”, completou o jogador de Zâmbia, referindo-se à cobrança errada do atacante marfinense durante o tempo regulamentar.

Para o técnico Herve Renard, os 18 mortos foram uma “força silenciosa” a favor de Zâmbia rumo ao título. O goleiro Kennedy Mweene concordou: “Os jogadores mortos no acidente aéreo no Gabão estavam por trás da gente nos guiando durante o torneio. Não queríamos voltar para casa de mãos vazias”.

Nesta segunda-feira, os campeões africanos partiram de volta para casa do mesmo aeroporto onde um avião da força aérea de Zâmbia reabasteceu para seguir rumo a Senegal durante as eliminatórias da Copa em 1993, e explodiu logo depois da decolagem.

Os 18 jogadores mortos na tragédia faziam parte de uma seleção promissora, que tinha a ambição de jogar a Copa de 1994. O atacante Kalusha Bwalya foi o único que não decolou naquele fatídico voo, e virou o símbolo da reestruturação do futebol de Zâmbia. Bwalya estava presente no estádio no domingo, participou da preleção e comemorou muito o título com os jogadores.

Logo antes de deixar o estádio da conquista em Libreville, o atacante Felix Katongo disse aos repórteres: “Queríamos ganhar a taça para deixar o povo de Zâmbia orgulhoso, e fazer com que aqueles que morreram descansassem em paz”.